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Alargamento da UE apoiado por Estados-membros apesar de preocupações financeiras, revela estudo

O apoio dos Estados-membros da União Europeia ao alargamento do bloco aumentou desde o início da guerra na Ucrânia, apesar de subsistirem preocupações financeiras, indica um relatório hoje divulgado pelo Conselho Europeu de Relações Externas (CERE).
23 Novembro 2023, 20h40

No início deste mês, a Comissão Europeia propôs a abertura de negociações de adesão com a Ucrânia, a Moldova e a Bósnia-Herzegovina e a atribuição do estatuto de candidato à Geórgia.

Antes da reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, nos dias 14 e 15 de dezembro, onde os líderes da UE irão decidir se aprovam ou não as propostas da Comissão, o CERE lançou o relatório “Cactch-27: O pensamento contraditório sobre o alargamento da UE”, que analisa os interesses e as divergências nos 27 Estados-membros sobre a geopolítica do alargamento.

De acordo com o relatório, dos investigadores Engjellushe Morina e Piotr Buras, em muitos países europeus, “o alargamento é considerado como forma de resposta às mudanças geopolíticas”, capaz de afirmar a UE como ator estratégico perante os seus países vizinhos.

O ECFR concluiu que, desde fevereiro de 2022, data da invasão russa à Ucrânia, o apoio público ao alargamento da UE aumentou em quase todos os Estados-Membros, mesmo nos mais céticos, como a Dinamarca, os Países Baixos e Finlândia, sendo que, de acordo com o Eurobarómetro de junho de 2023, cerca de 53% dos europeus estão a favor do alargamento.

Estados como a Estónia, a Suécia, a Polónia e a Bélgica acreditam que a adesão da Ucrânia seria um verdadeiro fator de mudança para a UE, sendo que “qualquer alargamento que não inclua a Ucrânia é visto como dificilmente concebível”.

A França e a Alemanha destacam-se como os países que mais pressionam para que o debate do alargamento avance, onde o Estado de direito é um princípio não negociável.

Apesar do apoio dos membros, muitos deles “estão preocupados com as implicações financeiras do alargamento”, visto que, de acordo com estimativas do Conselho, o custo financeiro da adesão da Ucrânia, da Moldova, da Geórgia e dos seis países dos Balcãs ocidentais à UE é estimado em 256,8 mil milhões de euros, o que implicaria uma redução de cerca de um quinto dos subsídios agrícolas para os atuais beneficiários líquidos.

De acordo com os autores, a “UE deverá chegar a acordo sobre um plano de preparação para o alargamento antes das eleições para o Parlamento Europeu de 2024, no Conselho Europeu, em dezembro”, onde será definida a Agenda 2030, que permitirá que os países candidatos obtenham o estatuto de observador nas instituições da UE, tenham acesso ao seu orçamento e participem no mercado único e na agenda verde até 2030.

O ECFR recomenda aos países-membros que cheguem a acordo com os países candidatos nos próximos meses, incluindo a abertura de negociações de adesão, planos para a adaptação institucional e a invocação de uma comunidade de interesses e valores geopolíticos.

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