Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional esteve presente na sessão de encerramento da conferência “Perspetivas de futuro do ensino profissional no espaço europeu, nacional e regional”, organizada pela ACIF – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, e que decorreu na Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira.
Miguel Albuquerque disse que não devem existir ilusões relativamente a esta questão. Sublinhou que “basta constatar que 64% dos nossos empregados não têm o 9.º ano de escolaridade. E isto é que é o problema”. Por isso, vincou que a formação profissional nos próximos anos “vai ter um papel decisivo”. Disse que há necessidade de haver um grande sentido prospetivo relativamente ao tipo de formação que se dá. Considera que a formação “tem de ser adequada ao mercado”.
Não obstante, considera que há preconceitos e fatores psicológicos que inibem os jovens para algumas profissões “que são extremamente necessárias na Madeira”.
A evidenciar a importância do setor turístico, o governante evidenciou que continuam a haver boas perspetivas de crescimento para a hotelaria, a restauração e similares.
Salientou que o Governo fez uma reconversão de fundos de apoio às empresas não para a criação de novas camas mas para a requalificação das camas existentes “porque não queremos cometer os mesmos erros que foram cometidos nos anos 90 de termos um crescimento de camas exponencial sem a correspondente procura”. “A ideia não é apostar num crescimento abrupto de camas sem termos uma visão consolidada do nosso mercado”, vincou.
Daí que tenha afirmado que o revisto Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira (POT) estabelece agora como teto as 40 mil camas na Madeira, com exceção do alojamento local. No seu entender, isto traduz que a aposta é realmente na melhoria da oferta e na subida dos proveitos.
Assim, o governante madeirense expressou que as políticas corretas para o turismo da Madeira passam por “trabalhar em diálogo com os empresários do setor, mas tendo sempre em linha de conta que o Turismo na Madeira nunca será, nem queremos, um turismo massificado”.
Miguel Albuquerque deixou claro que o Governo Regional defende um turismo de qualidade, “que traga rendimento às indústrias, aos empresários e aos trabalhadores” e evidenciou que tem existido “uma ação concertada importante com os empresários na promoção e temos tido bons resultados”.
Por estar no referido estabelecimento de ensino, disse que o objetivo da instituição é continuar uma formação de excelência na área da hotelaria “porque queremos a fazer o “upgrade” na nossa oferta”. Isto porque disse que o turista que vem à Madeira tem mudado. Lembrou que antes era um turista mais velho, que ficava mais pelo hotel. Mas considera que hoje em dia “é um turista ativo”. “Há novas apetências no mercado e temos de estar atentos”, salientou.
No entanto, disse que neste momento “de alguma euforia” no setor, temos de ter a ponderação e o bom senso de adotar as políticas corretas, que passam precisamente pelo diálogo e por um turismo de qualidade em detrimento da quantidade.
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