[weglot_switcher]

Albuquerque: Encontro de Investidores da Diáspora para “reforçar elos” entre empresários madeirenses espalhados pelo mundo

Em entrevista ao Económico Madeira, o governante fala sobre a importância de receber um evento desta magnitude na região. Miguel Albuquerque diz ainda que a baixa do IRC tem sido uma das medidas para atrair investidores para a região, e que a ilha pode marca a diferença face a outros territórios através da qualidade dos seus produtos.
24 Julho 2019, 07h45

A Madeira recebe esta quarta e quinta-feira o II Encontro de Investidores da Diáspora. O evento vai reunir pelo menos 260 empresários que vêm de países como: África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Luxemburgo, Macau, Reino Unido, Venezuela, e Canadá. Em declarações ao Económico Madeira o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, fala sobre a importância de ter uma reunião desta magnitude na região, sobre os desafios de um território ultraperiféricos num mundo globalizado, e quais são as áreas em que a ilha se pode distinguir face a outros territórios.

O Encontro de Investidores da Diáspora é promovido pelo Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora (secretaria de Estado das comunidades) e pelo executivo madeirense. O evento traz ainda à Madeira Durão Barroso, que é o ‘keynote speaker’, numa intervenção marcada para esta quinta-feira no Savoy Palace, a partir das 10h00.

Na quinta-feira estão ainda previstas intervenções de José luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, de Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional, e Guilherme Silva, presidente da comissão organizadora dos 600 anos da Madeira e do Porto Santo, durante a sessão de abertura.

Vai realizar-se ainda uma mesa redonda com o tema ‘Oportunidades e Medidas de apoio ao investimento’, que tem como moderado camilo Lourenço, e reúne Pedro Calado, vice-presidente do Governo Regional, António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Neves, secretário de Estado da Economia, Jorge Veiga França, presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), Filipe Teixeira, administrador da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira.

O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, referiu que o Encontro de Investidores da Diáspora é uma forma de “conciliar vontades, potenciar relações empresariais entre portugueses e madeirenses a viver lá fora e os que ficaram na sua terra”.

O governante sublinhou ainda que numa terra que tem uma vincada presença de madeirenses um pouco por todo o mundo, é “importante debater e analisar” o fenómeno da Migração tal como ele é hoje, mas sobretudo as “condições em que os nossos emigrantes se apresentam nos seus países de residência, a forma como estão integrados e os investimentos que realizam”.

“A Madeira, que vem colocando a tónica no investimento público e privado, não poderia deixar de acolher um encontro em que se vai falar de investimento e de parcerias empresariais. Por interesse económico, mas fundamentalmente por defender a promoção das estreitas relações, também empresariais, entre madeirenses, independentemente do seu local de residência. Juntos somos mais fortes”, afirma Albuquerque.

A expetativa de Albuquerque para este encontro entre investidores da diáspora é que o evento reforce elos.

“Que se promovam parcerias e negócios que sejam proveitosos para ambas as partes e também, porque não, para a Região. Mas, sinceramente, espero que se atinjam sobretudo pontos de encontro, trocas de impressões sobre o que se faz por cá e o que se faz por lá. Que se troquem experiências e que se aprenda com as vivências e com as práticas negociais, diferentes de certeza, mas também de certeza complementares. Que se realizem parcerias e se promovam negócios. E que também se potenciem novas amizades, novos conhecimentos”, explica o governante.

Albuquerque refere que o boca a boca tem sido uma das maneiras utilizadas pela região para aproveitar a rede de madeirenses espalhada pelo mundo para promover o produto Madeira.

“Os madeirenses são orgulhosos da sua terra, defensores dos seus costumes, tradições e gastronomia. São os melhores embaixadores do que por cá fazemos, do que por cá produzimos, do que por cá realizamos”, vinca o líder do executivo madeirense.

Para além do boca-a-boca, a visita e participações em feiras específicas das comunidades, tem sido outros dos metidos aproveitados pelo Governo Regional para promover o produto Madeira.

Albuquerque sublinha que o executivo tem procurado “facilitar a exportação dos nossos produtos para esses mercados”, ajudando essa comercialização no exterior, e também “incentivado a essa exportação, ajudando no que for possível”.

Num mundo global o grande desafio do empresariado madeirense, de acordo com Albuquerque, é o de “ultrapassar os limites insulares e apresentar-se competitivo nos mercados continentais”.

O governante diz que a missão “não é tarefa fácil” apesar de reforçar que os empresários madeirenses são do melhor que existe no mundo.

“Não se deixam coartar pelos limites geográficos e aproveitando as novas tecnologias e os apoios comunitários e do Governo Regional estão a internacionalizar-se. Não só em áreas como a informática, o artesanato ou a agricultura, mas também na moda, na piscicultura e até no comércio”, diz Albuquerque.

O governante acrescenta que “confia na capacidade, na criatividade e na perseverança” dos empresários madeirenses.

“Muitos estão a ter sucesso e acredito que, num futuro próximo, serão ainda mais. Da nossa parte, tudo estamos a fazer para os ajudar, tanto ao nível de apoios como ao nível da redução fiscal, para já não falar da formação”, reforça.

Baixa do IRC para atrair investimento

Na atração de investimento, quer este seja de empresários madeirenses lá fora ou até mesmo estrangeiro, Albuquerque refere que a aposta tem passado pela implementação de medidas como a redução do IRC, que “é o mais baixo do País e um dos mais baixos” da União Europeia.

“E, no próximo ano, queremos reduzir de 13% para os 12%, para as Pequenas e Médias Empresas, tornando-o, a par da Irlanda, o mais baixo da União”, acrescenta.

Para além disso o governante diz ainda que o Governo criou a Invest Madeira, que tem como objetivo “atrair investimento” para a região.

“Não é só, nem o poderia ser, investimento de emigrantes. Mas, é uma agência que ajuda potenciais investidores a perceber as vantagens de investir na Região, onde podem beneficiar de um bom regime fiscal, de segurança, da existência de tecnologia de ponta e de empresas do sector que garantem o acesso a mercados onde quer que estejam, de um avião cargueiro que coloca rapidamente os produtos no Continente. E ainda de apoios comunitários a empresas localizadas na Região”, explica Albuquerque.

Outro dos fatores que tem servido para chamar investidores para a Madeira, tem sido o crescimento da economia madeirense há 71 meses, a queda do desemprego, a criação recorde de novas empresas, dos apoios dados à criação de postos de trabalho, reforça o líder do executivo madeirense, lembrando ainda que a região cresce a 2,3% todos os meses, a um “ritmo muito superior” ao de Portugal Continental.

“Temos também sublinhado uma balança comercial positiva nos últimos três anos, pela primeira vez na história da Madeira. As exportações suplantarem as importações é um facto que se prometido anos atrás seria logo apontado como falácia. Mas, conseguimo-lo”, diz o governante.

O Centro Internacional de Negócios da Madeira, o Registo de Navios, têm sido outras ferramentas utilizadas para chamar investidores para a Madeira.

Distinguir-se pela qualidade

Albuquerque diz ainda que a qualidade é um dos fatores que a Madeira deve aproveitar para se distinguir face a outros territórios.

“Pela qualidade dos seus produtos, pela qualidade dos seus equipamentos, pela qualidade das suas instalações, pela qualidade dos seus profissionais, pela qualidade das suas medidas e das suas políticas, pela qualidade dos seus empresários e empresas”, vinca.

No entender de Albuquerque para além do Turismo, áreas como as Novas Tecnologias, Energias Renováveis, Vinho, Agricultura (sobretudo horticultura e fruticultura), Piscicultura e Investigação, são outros sectores onde a Madeira pode marcar a diferença.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/turismo-na-madeira/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”929″ slug=”turismo-na-madeira” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/turismo-na-madeira/thumbnail?version=1557936827209&locale=pt-PT&publisher=www.jornaleconomico.pt” mce-placeholder=”1″]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.