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Aldeia da Sertã volta a ter telefone fixo e internet após dois anos sem comunicações

Sem telefone fixo e internet desde os incêndios de outubro de 2017, a reposição das comunicações na aldeia Marinha do Vale de Carvalho foi levada à cabo pela Altice Portugal com a implementação de uma rede de fibra ótica.
31 Agosto 2019, 17h02

As comunicações de rede fixa da aldeia de Marinha do Vale de Carvalho, concelho de Sertã, distrito de Castelo Branco, foram restabelecidas dois anos após os graves incêndios que fustigaram a região Centro do país, deixando a localidade sem telefone fixo e internet. O processo de reposição das comunicações foi responsabilidade da Altice Portugal que, este sábado, 31 de agosto, inaugurou a sua rede de fibra ótica naquela aldeia.

“Há dois anos, esta região foi assolada por incêndios que deixaram marcas visíveis. Do ponto de vista das comunicações, deixaram as pessoas isoladas. Nós somos rigorosos naquilo que é a nossa responsabilidade social e, por isso, respondemos aos apelos desta região”, afirmou, esta tarde, o administrador da Altice Portugal com o pelouro da tecnologia, Luís Alveirinho.

Ao Jornal Económico, Luís Alveirinho, nao especificou o valor do investimentos, mas disse que a empresa empregou “um valor muito significativo, largas de dezenas de milhares de euros”. O administrador sublinhou, contudo, tratar-se “de um projeto que vai além da rentabilidade económica”.

O investimento em infraestruturas de fibra ótica na aldeia vai facultar aos seu 26 habitantes novos serviços, além do restabelecimento do telefone fixo e internet. Trata-se de uma rede de fibra com mais de 12,8 quilómetros de extensão que abrange um total de 12 famílias.

No largo da Junta de Freguesia do Troviscal, onde se insere a aldeia Marinha do Vale do Carvalho, o gestor da operadora salientou que o “Estado falhou ao não mobilizar quem devia repor as comunicações”.

A Altice Portugal não era o prestador do Serviço Universal de Rede Fixa à data dos incêndios, mas, como se lê  numa nota enviada pela empresa, não ficou “indiferente às dificuldades do concelho e que, apesar de não ser o prestador de Serviço Universal de Rede Fixa à data dos incêndios de 2017”, investiu nesta aldeia da Beira Baixa, permitindo a oferta de “soluções alternativas de comunicações, através de rádio ou satélite”.

O presidente da Câmara Municipal de Sertã, José Farinha Nunes, por sua vez, saudou, no Troviscal, o compromisso assumido pela Altice com a região. Considerou a resolução do problema “um processo moroso, mas concluiu uma telenovela com final feliz”.

Implementada a rede de fibra ótica na aldeia Marinha do Vale de Carvalho, a Altice Portugal disse ter ido “além das suas responsabilidades” e apontou o dedo à concorrente NOS, prestadora do Serviço Universal de Rede Fixa, e à Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom).

A empresa, liderada por Alexandre Fonseca, defende que a NOS e a Anacom ignoraram o isolamento da localidade, apesar dos apelos dos autarcas da Sertã. Os clientes residentes na região e o município enviaram cartas ao regulador e à NOS, mas sem conseguirem obter uma resposta para um problema que se prolongou por dois anos, de acordo com a Altice.

Por isso, a Altice argumenta que cabia ao operador responsável pelo Serviço Universal de Rede Fixa auxiliar as populações e que o regulador, confrontado com a falta de acesso às comunicações fixas na região, tinha a obrigação de informar a população sobre os seus direitos nesta matéria.

Foi após uma reunião com o autarca da Sertã e com o presidente da Junta do Troviscal, em junho, que o projeto de infraestruturação de fibra ótica da Altice, em Marinha do Vale de Carvalho, arrancou. Foi “totalmente concluído em menos de dois meses”.

Com a conclusão deste projeto de infraestruturação, a empresa divulgou ter investido mais de 20 milhões de euros, a nível nacional, na sequência dos graves incêndios de 2017.  A Altice Portugal argumenta que esse investimento “não só repôs grande parte das ligações como ainda substituiu o cobre por fibra ótica”, uma vez que se trata de “uma infraestrutura mais resiliente, mais rápida e que permite uma conectividade de maior qualidade, por todo o país”.

 

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