Uma empresa alemã submeteu um pedido junto das autoridades portuguesas para construir uma central eólica marítima (offshore). O projeto fica localizado ao largo de Viana do Castelo e não vai contar com tarifas bonificadas.
“Após passar a fase de debates iniciais e as etapas de consulta junto do governo português e todos os intervenientes locais, a BayWa Re está a entrar na fase decisiva do processo de autorização oficial para o primeiro projeto flutuante à escala comercial em Portugal, que será o primeiro projeto eólico flutuante não subsidiado do mundo”, segundo comunicado da empresa divulgado hoje.
A BayWa Re “candidatou-se oficialmente para garantir os direitos de utilização exclusiva do espaço marítimo, de forma a desenvolver um parque eólico flutuante com 30 turbinas e até 600 MW no total, numa zona especificamente designada para o efeito ao largo de Viana do Castelo”.
A empresa conta com vários projetos como o Buchan de 960 MW ao largo da costa nordeste da Escócia. Em França, a empresa também se pré-qualificou para dois concursos de energia eólica marítima flutuante, “incluindo um projeto de 250 MW no sul da Bretanha, bem como outros dois projetos com capacidade total de 500 MW no mar Mediterrâneo”.
A companhia alemã aponta que o projeto é “compatível com os concursos de energia eólica marítima anunciados recentemente a serem realizados no futuro e pode servir como modelo para os projetos em licitação. A BayWa r.e. pretende apoiar a criação de uma cadeia de fornecimento global de energia eólica marítima flutuante em Portugal, utilizando a infraestrutura local existente que os projetos a concurso poderão utilizar. Além disso, o projeto será realizado sem quaisquer subsídios públicos, com um acordo de compra de energia (PPA)”.
Para Ricardo Rocha, diretor técnico de energia eólica marítima na BayWa Re, este projeto será um “verdadeiro marco para a indústria eólica marinha portuguesa. Temos trabalhado bastante com os nossos parceiros industriais e todos os intervenientes locais durante o processo de desenvolvimento. Agora, está na altura de levar o projeto ao nível seguinte. Esperamos continuar a colaborar com o governo e as autoridades portuguesas, de forma a que este não seja apenas um projeto feito em Portugal, mas também e especialmente para Portugal”.
Segundo Lorenzo Palombi, diretor global de projetos eólicos, este projeto está “bem alinhado com os objetivos ambiciosos de Portugal para o sector eólico marinho. A zona onde o nosso Parque eólico flutuante vai ser construído faz parte de um plano espacial marítimo do governo português, pelo que já tem uma zona dedicada. Na BayWa r.e., estamos entusiasmados não só em fazer avançar a transição energética com este projeto, mas também em trazer benefícios socioeconómicos à comunidade de Viana do Castelo, como a criação de novos empregos e infraestruturas locais para a comunidade de Viana do Castelo”.
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