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Alemanha: mantém-se incerteza quanto ao resultado final

Com a vitória ainda por atribuir e a incerteza sobre que coligação vai governar o país nos próximos quatro anos, os partidos começam a negociar já esta segunda-feira. Mas Angela Merkel pode ainda demorar mais algumas semanas a seguir para a reforma.
  • Axel Schmidt/Reuters
27 Setembro 2021, 02h53

Os dois principais rivais que disputam a sucessão da chanceler Angela Merkel asseguraram nesta noite de domingo que vão tentar chefiar o próximo governo – sendo necessário recordar que o lugar de chanceler não é de eleição direta, sendo antes escolhido por meio de votação no Bundestag, a câmara baixa do parlamento. Ou, dito de outra forma, será a coligação mais forte que vai apresentar e votar o próximo chanceler.

Até lá, Angela Merkel continuará a ser a chanceler – e pode bem suceder que as negociações entre os vários partidos possam demorar bastante. Em 2017, por exemplo, demoraram quase meio ano – sendo certo que não estava em causa qualquer alteração do nome que iria lidar a chancelaria. Recorde-se que, após as eleições de setembro de 2017, Merkel foi formalmente confirmada como chanceler por uma coligação que apenas se formalizou em março de 2018.

Na maioria dos sistemas parlamentares, o chefe de Estado indica um partido para formar um governo – geralmente o partido que obteve a maioria dos votos, mas na Alemanha todas as formações entram nas chamadas conversas exploratórias. De qualquer modo, é tradição que o maior partido convide os mais pequenos para as discussões.

Armin Laschet, o candidato a chanceler do bloco CDU-CSU, disse que os conservadores “farão tudo o que pudermos” para liderar o próximo governo, mesmo depois de resultados preliminares das eleições federais deste domingo os colocarem um pouco atrás do SPD.

O seu rival, o social-democrata Olaf Scholz, disse que os eleitores querem uma mudança e que “o próximo chanceler se chame Olaf Scholz”.

Os Verdes já convocaram um congresso do partido para o próximo sábado, 2 de outubro, durante o qual poderão decidir com quem iniciarão negociações exploratórias, segundo revela a agência AFP.

Na segunda-feira, um dia após a eleição, os partidos farão reuniões de lideranças. Os parlamentares recém-eleitos de cada partido também realizarão as suas primeiras reuniões na próxima semana, com o SPD e a CDU-CSU planeando reunirem-se na próxima terça-feira, segundo a mesma fonte.

Os liberais do FDP, que como os Verdes vão desempenhar um papel importante, disseram que têm preferência por uma coligação com a CDU e os Verdes, mas uma aliança tríplice com o SPD e os Verdes também permanece em cima da mesa.

No final das negociações as partes decidem quem será o responsável por cada ministério e assinam um contrato de coligação, um documento que define os termos do acordo.

O parlamento recém-eleito deve realizar a sua sessão inaugural o mais tardar 30 dias após a eleição, ou seja, em 26 de outubro.

Se nenhuma aliança entre partidos for conseguida, o presidente pode nomear um chanceler em potencial, que irá a votos no Bundestag. O parlamento votará em escrutínio secreto, com o candidato a necessitar de maioria absoluta. Se não a alcançar, uma segunda votação será realizada duas semanas depois, e se mesmo assim não for possível a sua eleição há um terceiro voto imediato, em que uma maioria relativa é suficiente.

O presidente decide então se nomeia o chanceler como chefe de um governo minoritário ou se dissolve o Bundestag e convoca novas eleições.

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