O governo alemão de Angela Merkel tem previsto para esta sexta-feira apresentar um pacote ambicioso e multimilionário de 40 mil milhões de euros para medidas ambientais com as quais Berlim pretende marcar um antes e um depois na luta contra a crise ambiental. A decisão de Merkel pretende lançar o país que na luta contra as mudanças climáticas e aponta para a tentativa de cumprir os compromissos internacionais para reduzir a pegada ecológica da sua economia.
Transporte, agricultura e habitação são apenas alguns dos setores que serão afetados por uma série de medidas que são agregadas naquilo que é provavelmente a grande iniciativa política desta legislatura, a última do chanceler Merkel.
O plano parece também, por outro lado, uma forma de afastar o fantasma da recessão – que tem vindo a cair sobre a economia alemã sob a forma de crescimentos trimestrais muito pobres.
É neste quadro que a grande coligação de centro (CDU/CSU e SPD), cujo parto foi extremamente difícil e obrigou a um enorme ‘jogo de cintura’ por parte de todos os partidos envolvidos, joga o seu legado para tentar sacudir os sintomas de crise que se vão avolumando – principalmente desde que Merkel fez saber que não continuaria à frente do executivo.
No final do ano, os parceiros da coligação têm previsto fazerem um balanço do percurso comum e decidirem se vale a pena avançarem juntos. O jornal ‘Der Spiegel’ dava o mote em termos de análise: “a coligação luta não apenas pelo clima, mas principalmente pela sua própria sobrevivência”.
O documento pode ser vital para um governo que precisa de demonstrar que funciona e é capaz de produzir resultados tangíveis num país onde a crise climática se tornou a primeira preocupação dos cidadãos. Aliás, o plano pretende também responder a essa evidência, que ficou bem patente nas eleições europeias de maio passado, quando o Partido Verde alemão conseguiu um excelente resultado – no que foi acompanhado por partidos ‘irmãos’ de outras geografias.
A Alemanha é o sexto país do mundo em termos de produção de CO2 para a atmosfera e já reconheceu que será com muita dificuldade que atingirá o compromisso europeu de reduzir essas emissões em 55% até 2030.
Aumentar o preço dos vôos domésticos e reduzir os bilhetes de comboio e de outros transporte público menos poluentes é uma das medidas que devem estar incluídas no pacote, segundo avança a imprensa alemã. Taxar os carros mais poluentes e incentivar os elétricos, proibir o aquecimento com diesel a partir de 2030 e adaptar a agricultura às práticas de baixas emissões, são outras medidas que não devem deixar de estar presentes.
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