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Alexandre Fonseca: “Setor está sob uma ameaça crescente, essa ameaça chama-se Anacom”

Presidente-executivo da Altice Portugal foi o convidado principal do International Club of Portugal, dirigido por Manuel Ramalho, para mais um almoço-debate deste clube. O Jornal Económico é media partner do ICPT.
3 Abril 2019, 15h25

O CEO da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, afirmou que a atual postura da Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) é o maior obstáculo do setor das telecomunicações, que vale “cerca de cinco mil milhões de euros do PIB” de Portugal. “O setor está sob uma ameaça crescente, essa ameaça chama-se Anacom”, afirmou Alexandre Fonseca esta quarta-feira, em Lisboa.

No almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal (ICPT), o líder da Altice Portugal, que era o convidado principal, salientou que o regulador apresenta uma “postura demagógica e populista, inclusivamente pela proposta de alteração à lei das plataformas eletrónicas, apresentada no parlamento sem ouvir o setor”.

No mesmo evento, e após o seu discurso para uma sala com cerca de 15o pessoas, o gestor fez saber que não fecha portas a desafios futuros, quando questionado sobre a possibilidade de um dia vir a enveredar pela via política, quiçá num cargo minesterial para as telecomunicações,  pelo presidente do ICPT, Manuel Ramalho.

“Seria muito limitativo alguém com 44 anos dizer não ao que quer que seja. Neste momento da minha vida não é algo que me preocupe e que esteja no topo das minhas prioridades”, afirmou.

Mas frisou; “O plano empresarial e o plano político devem estar separados e não se devem imiscuir. O que não quer dizer que não possam colaborar entre si – são planos diferentes”.

Estes foram os dois momentos da participação de Alexandre Fonseca no evento do ICPT que levou quem assistia a esboçar rostos de interrogação.

Alexandre Fonseca ainda comentou os resultados revelados pela Altice Portugal na última semana, relativos ao último trimestre de 2018, sublinhando que “pela primeira vez em 27 trimestres” a empresa voltou a crescer em receitas.

Com receitas de 526 milhões de euros, valor que superou as previsões dos analistas e representou uma subida de 0,2% face ao trimestre anterior, com uma descida de 0,1% em termos homólogos, esta telecom estabilizou a sua faturação. A melhoria dos níveis de angariação de clientes, a par de uma melhoria na taxa de desligamento e de uma subida da receita média por utilizador (ARPU) foram o motivo  dessa melhoria.

Contudo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado da Altice Portugal fixou-se nos 199 milhões de euros – um valor que reflete um decréscimo de 13,8% em termos homólogos. Já investimento (CAPEX) realizado nos últimos três meses do ano passado foi de 120 milhões de euros, menos sete milhões que no quarto trimestre de 2017.

O discurso do líder da Altice Portugal focou-se nas últimas inovações que a telecom apresentou no mercado nacional, sendo o mote da sua presença no almoço-debate do ICPT os “Novos Modelos de Gestão, da Inovação e Tecnologia como alavancas do desenvolvimento económico”. “Acrescentaria sustentável”, disse Alexandre Fonseca.

Criado em 2007, o ICPT surgiu com o objetivo de juntar personalidades de diversos setores de atividade para partilhar diferentes opiniões, conhecimentos, experiências, interesses e ideais. “Juntar a diversidade, gerar criatividade a partir das pessoas, instituições, países e continentes diferentes” é o mote deste clube, atualmente presidido por Manuel Ramalho. O Jornal Económico é media partner do ICPT.

 

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