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Algarve e aeroporto de Lisboa vão ter abastecimento noturno

Às 18 horas desta terça-feira, o aeroporto de Lisboa tinha uma capacidade de 54,5% para abastecimento de combustível aos aviões, enquanto o de Faro tinha esse patamar assegurado em 94%.
13 Agosto 2019, 20h33

A região do Algarve e o aeroporto de Lisboa vão obrigar o Governo a mobilizar um terceiro turno de abastecimento de combustíveis por camião esta terça-feira noite, dia 13 de agosto, segundo dia da greve dos camionistas de matérias perigosas em Portugal.

Segundo o ministro do Ambiente e da Transição Energética, irá ser feito “um terceiro turno ainda hoje à noite, apenas com forças de segurança e as Forças Armadas, com oito equipas da refinaria de Sines para o Algarve, com o objetivo de reforçar os stocks“.

De acordo com José Pedro Matos Fernandes, a melhoria dos números de abastecimento que ocorreu na região algarvia “ainda não é suficiente”, ou seja, a falha verificada ontem “não foi suprida com o abastecimento de hoje”.

Os dados divulgados pelo ministro do Ambiente indicam que ontem, pelas 18 horas, nos postos de combustível incluídos na REPA (Rede Estratégica de Postos de Abastecimento), o nível de gasóleo armazenado passou de 38% para 51%, enquanto o nível de gasolina subiu de 46% para 49%.

Especificamente no Algarve, o ponto da situação apresentado pelo governante é mais periclitante: às 18 horas de hoje o nível de gasóleo na rede REPA era de 27% (22% às 18 horas de ontem), enquanto na gasolina era de 29% (23% no período homólogo de ontem).

“Estamos ainda a fazer a avaliação sobre a possibilidade de fazer um terceiro turno à noite para o abastecimento ao aeroporto de Lisboa, onde, manifestamente, ontem não foram cumpridos os serviços mínimos”, revelou Matos Fernandes, na conferência de imprensa para fazer o ponto da situação.

De acordo com o ministro do Ambiente, ontem estavam previstas 119 cargas de combustível por transporte rodoviário para o aeroporto da capital, mas só se efetuaram 44. “Hoje, foram efetuados todos os serviços previstos, mas provavelmente, quando chegarmos ao final do dia de hoje, teremos a necessidade de fazer um terceiro turno”, de abastecimento de combustível do aeroporto da capital por transporte rodoviário a partir de Aveiras de Cima.

Matos Fernandes adiantou ainda que, às 18 horas de hoje, o aeroporto de Lisboa se encontrava com um nível de capacidade combustível para os aviões na casa dos 54,5%, enquanto o aeroporto de Faro tinha uma capacidade na fasquia dos 94%. Já o aeroporto do Porto é abastecido por pipeline não sofrendo quaisquer constrangimentos no combustível devido à greve dos três sindicatos de camionistas.

O ministro do Ambiente revelou ainda que hoje estiveram 200 operacionais das Forças Armadas e das forças de segurança para responder às necessidades da requisição civil decretada ontem, mas apenas entraram em funcionamento 10 equipas, seis das forças de segurança (PSP e GNR) e quatro das Forças Armadas.

“A requisição civil revelou-se ajustada às nossas preocupações”, garantiu Matos Fernandes, justificando, assim, o número de forças de segurança e de elementos das Forças Armadas que foram mobilizados para fazer face a esta paralisação dos motoristas.

O ministro do Ambiente explicou ainda que é errado estar a falar de oito horas de trabalho por dia, porque, no seu entender, no setor do transporte rodoviário de mercadorias, a legislação estipula 60 horas por semana, indicando uma média máxima acumulada de 48 horas de trabalho por um período consecutivo de quatro semanas.

“Queremos que a greve acabe depressa, mas iremos continuar a definir os serviços mínimos para as forças de segurança e das Forças Armadas a partir de amanhã, concentrando-se ao final do dia o suprimento do serviço que se revelar necessário”, assegurou Matos Fernandes, acrescentando que considera que amanhã será possível mobilizar um número menor de elementos das Forças Armadas e das forças de segurança para colmatar as lacunas provocadas pela greve dos camionistas.

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