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Aliança entre Católicas para a formação global

A Aliança Estratégica Global agrupa as universidades católicas de todo o mundo e aposta no ensino e na investigação transnacional. O objetivo é desenvolver um modelo de interação académica e científica competitivo.
8 Fevereiro 2019, 00h18

Isabel Capeloa Gil deu mais um passo na universalização da Universidade Católica Portuguesa quando em outubro último assinou a declaração conjunta da Aliança Estratégica Global com sete universidades católicas de vários países e continentes.

A aliança SACRU, como é conhecida, integra algumas das mais emblemáticas instituições católicas de ensino superior e visa privilegiar atividades e projetos de “investigação, ensino e serviço à comunidade construídos com base nos valores das Universidades Católicas, ligados ao desenvolvimento sustentável e bem comum”. A interdisciplinaridade, fundamental para o desenvolvimento desses projetos é naturalmente uma via a aprimorar.

O facto das universidades da aliança utilizarem a investigação como base de ensino, abre caminho ao surgimento de graus conjuntos que potenciam a formação global dos estudantes, diz a reitora da Católica ao Educação Internacional. A bioengenharia, as ciências humanas e sociais e as ciências da saúde são algumas das áreas que poderão vir a colher frutos desta cooperação, dada a sua importância nas instituições membro da SACRU.

Que ganhos poderão advir para a investigação? Tendo por base os dois pilares da aliança, “partilha e mobilidade”, o ganho será, segundo a reitora, a “produção de investigação conduzida com um espírito de grande rigor, de cooperação multilateral e internacional, por equipas de docentes e investigadores de diferentes nacionalidades, capazes de alcançar um impacto global.”

Ao lado da Universidade Católica Portuguesa figuram nesta aliança estratégica a norte-americana Boston College, a PUC do Rio de Janeiro e a PUC do Chile, a espanhola Universidad Ramon Llull, a italiana Università Cattolica del Sacro Cuore, a Australian Catholic University e a japonesa Sophia University.

A partilha de boas práticas, quer na produção da investigação, quer na sua divulgação e aplicação, é outro aspeto a desenvolver no âmbito desta aliança, acrescenta a reitora. Está prevista uma conferência anual rotativa entre os vários membros para os investigadores poderem apresentar, discutir e colher comentários sobre os seus trabalhos de investigação em temas relevantes para as universidades da aliança.

“As alianças transnacionais com outras universidades vêm potenciar a colaboração e a partilha de boas práticas, e desenvolver um modelo de interação académica e científica competitivo com impacto à escala global”, sublinha Isabel Capeloa Gil.

No total dos seus quatro centros regionais (Lisboa, Porto, Braga e Viseu), a Universidade Católica Portuguesa conta com 15 unidades de investigação: Artes e Tecnologias, Biotecnologia e Química, Ciência Política, Ciências da Saúde, Ciências Sociais, Comunicação e Cultura, Direito, Educação e Psicologia, Filosofia, Gestão e Economia, História e Teologia e Estudos Religiosos.

A investigação é um dos pilares da estratégia de Isabel Capeloa Gil, que na sessão comemorativa do Dia Nacional voltou a afirmar: “A universidade, atenta ao desenvolvimento de um modelo de ciência que se constitui como um bem público no serviço à sociedade, deve, por isso, formar responsavelmente, com programas latos que formem profissionais e investigadores aptos a lidar com a complexidade de forma integrada (…)”.

A Católica contabiliza atualmente 450 acordos de cooperação, sendo um dos últimos a ser assinado o projeto de investigação Alchemy, uma parceria estratégica entre a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade e a empresa Amyris Bio Products Portugal, subsidiária da Amyris, Inc., e o Governo português, através da AICEP. O projeto de investimento de 50 milhões de dólares envolve cerca de 100 investigadores entre as duas entidades e agrega diversas competências nomeadamente de bioengenharia, microbiologia e bioanalítica.

Um estudo de impacto apresentado aquando da cerimónia de encerramento dos 50 anos da universidade, em setembro último, contabilizava 30 patentes, sete das quais registadas em 2017, e 35 prémios científicos obtidos entre 2015 e 2017. A participação em redes internacionais de ensino e investigação também aumentou para 45 só em 2017, mais 17,7% do que no ano anterior.

No geral, o impacto da universidade mede-se igualmente pelo número dos seus alumni à frente de organizações e instituições de prestígio internacional, pela percentagem de alunos estrangeiros e também por oferecer 29 programas totalmente lecionados em inglês.

Os números dão conta de 17,3% de alunos internacionais, num total de 1.924 alunos de 91 nacionalidades. Neste espaço multicultural, o contingente mais numeroso (41,4%) chega da Europa, mas África, América e Ásia assumem todos eles uma expressão significativa. A Ásia é o continente que mais se afirma na emissão de alunos com destino aos vários polos e faculdades da Católica, logo a seguir à Europa. No continente americano destaca-se o Brasil no africano, Angola. Outros países fora do espaço lusófono assumem cada vez mais preponderância.

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