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Altas problemáticas não se resolvem com o aumento de camas hospitalares!

A estas pessoas, é preciso que se reforcem os apoios sociais e financeiros às suas famílias para acolhimento das pessoas em altas clínicas ou então, a não ser possível este acolhimento por parte das famílias, que se proceda à criação de mais lares de idosos na região, como resposta pública às necessidades destas pessoas.
1 Fevereiro 2019, 07h15

É inegável que na Região é imperativo que se contorne, no imediato, o problema das altas problemáticas, que tendo alta clínica depois não têm qualquer resposta social ou familiar. São em torno de seis centenas as pessoas nesta condição, nos Hospitais regionais, sobretudo do hospital dos Marmeleiros, cujas condições higio-sanitárias são inadmissíveis num país desenvolvido do séc. XXI.

A estas pessoas, é preciso que se reforcem os apoios sociais e financeiros às suas famílias para acolhimento das pessoas em altas clínicas ou então, a não ser possível este acolhimento por parte das famílias, que se proceda à criação de mais lares de idosos na região, como resposta pública às necessidades destas pessoas. Porque é evidente que há uma nova dinâmica populacional e as doenças da terceira idade requerem um maior investimento social, mas a solução jamais poderá passar pelo aumento do número de camas nos hospitais! Se esta situação ocorre presentemente, se estas pessoas permanecem internadas nos hospitais é porque é evidente a  falta de resposta social! E política.

Para tal, é necessário que se criem novas respostas sociais para combate ao isolamento, e abandono dos idosos, criando uma maior rede pública de serviços e equipamentos sociais; e aumentando o investimento público nos apoios domiciliário e às famílias, porque é certo que a institucionalização deve ser o último recurso. No entanto,  a realidade de muitas famílias com dificuldade em providenciar todo o apoio que estas pessoas precisam e merecem,  por questões laborais e financeiras, sobretudo, nem sempre lhes permite evitar esta última opção.

E ao contrário de alguma ala política regional, nem é a criminalização das famílias que resolverão estas situações nem tão pouco o aumento de camas hospitalares! Se um doente teve alta clínica e continua a carecer de outros cuidados e apoios, não é no hospital que deve permanecer, porque os hospitais são unidades de ambulatório cujo tempo de internamento por questões de segurança e saúde pública deve ser o menor possível , e não nos esqueçamos que as taxas de infecções nosocomais tendem a ser elevadas nos nossos hospitais , com grandes riscos decorrentes para os utentes.

A dinâmica da saúde, tendo em conta a dinâmica demográfica, e no caso presente o evidente envelhecimento populacional que se agravará nos próximos anos, a par da cronicidade de doenças que lhe estão associadas, é que deverão ditar o número de camas numa unidade de saúde. Mas para tratamento clínico da patologia, não para cuidados que se arrastem após a alta clínica! Para mais quando a tendência crescente a nível europeu, na área da saúde, é a de reduzir ao máximo o tempo de permanência dos doentes nos hospitais! Para mais, quando ao nível económico, é muito mais oneroso já foram feitos cálculos e estudos que concluíram que um utente em situação de alta problemática custa 100 euros no hospital, muito mais do que em sede de segurança social!

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