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Alterações climáticas aumentam o risco país

As economias emergentes de África, América Latina e Ásia-Pacífico são as mais afetadas pelas consequências económicas das alterações climáticas que se têm vindo a acumular.
1 Junho 2021, 12h40

As alterações climáticas têm um impacto negativo nas economias mundiais, nas finanças públicas dos países mais afetados e no comércio internacional, como está bem provado por inúmeros estudos – com as suas consequências a terem impacto na contratação internacional. De acordo com o mais recente estudo divulgado pela Crédito y Caución, especializada em seguros de crédito, “as economias emergentes de África, América Latina e Ásia-Pacífico são as mais afetadas pelas consequências económicas das alterações climáticas, que afetam de várias formas o risco país relacionado com o comércio externo” por envolverem “grandes prejuízos económicos e financeiros”.

De acordo com o estudo, as alterações nos padrões de precipitação, no sentido de uma maior frequência de eventos climáticos extremos, vão ter um impacto negativo na saúde pública, na agricultura e no fornecimento de energia. “As economias dos países africanos, onde, em muitos casos, a agricultura intensiva representa mais de 20% do PIB, são as mais expostas à perda de colheitas. As alterações na precipitação também podem ter um impacto negativo no fornecimento energético. A energia hidroelétrica tem um peso muito relevante no mix de muitos países da América Latina e, em menor escala, na Ásia. Em África, a capacidade hidroelétrica deverá aumentar a leste, onde as chuvas vão aumentar, e diminuir a sul devido às secas”.

Por outro lado, a ameaça económica da subida do nível do mar é especialmente relevante para as economias da Ásia-Pacífico e das Caraíbas, em particular nos estados insulares, assim como o aumento dos desastres naturais nas áreas costeiras, onde as economias mais expostas estão localizadas na Ásia-Pacífico, na América Central e no Caribe, refere o estudo.

“Muitas economias emergentes são vulneráveis a um ou mais elementos associados às alterações climáticas. O calor, a seca e as alterações nos padrões de precipitação são uma grande ameaça para a África, onde a agricultura é intensiva. A subida do nível do mar e o aumento dos desastres naturais nas zonas costeiras criam problemas na Ásia, no Pacífico e nas Caraíbas”, refere o relatório.

Neste contexto, a seguradora prevê um aumento da atividade económica no combate às alterações climáticas: “As empresas dedicadas ao desenvolvimento de novas tecnologias, à construção de centrais de irrigação e de dessalinização ou às energias renováveis vão aumentar a sua atividade em África. As oportunidades criadas para as empresas ativas na construção de parques eólicos offshore são muito menores”.

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