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Altice defende incentivos do Estado para garantir cobertura de fibra ótica em 100% do território nacional

Pelas contas da Altice Portugal, que se baseia nos indicadores do Instituto Nacional de Estatística, uma cobertura de 100% do território português com ligações por rede de fibra ótica representa cerca de seis milhões de lares.
14 Setembro 2020, 16h40

O presidente da Altice Portugal Alexandre Fonseca, reiterou esta segunda-feira que a expansão da rede de fibra ótica da telecom para lá do “marco histórico” dos 5,3 milhões de lares e empresas ‘cabladas’, terá de ter o apoio de incentivos públicos ou terá de haver coinvestimento público e privado, para que praticamente 100% do território nacional tenha cobertura de rede.

Em conversa com um grupo de jornalistas, na sede da Altice, em Lisboa, Alexandre Fonseca explicou que alcançado o objetivo de cobrir 5,3 milhões de lares e empresas, durante o segundo trimestre, os próximos investimentos em fibra ótica não serão tão rentáveis. Porquê? Porque os territórios que estão por cobrir têm pouca densidade populacional, o que representa menos retorno face ao investimento que a fibra ótica exige. Ainda assim Alexandre Fonseca, considera necessário que a rede de fibra ótica chegue a esses territórios.

Por isso, o gestor da dona da Meo, defende que é chegada a hora do Estado intervir. Isto é, Alexandre Fonseca considera que o Estado deve ajudar as operadoras de telecomunicações nos investimentos necessários para tornar real a possibilidade de que 100% do território nacional tenha cobertura de rede em fibra ótica.

Da parte da Altice Portugal – garantiu -, o investimento em fibra ótica vai continuar. Contudo, já não será um investimento “balizado numa lógica de projeto para atingir um número concreto”, uma vez que o objetivo da Altice Portugal foi já atingido – 5,3 milhões de habitações e locais de trabalho servidos com fibra ótica.

Assim, a Altice Portugal está expectante quanto ao Orçamento do Estado para 2021, para saber se o Governo pensou em formas de servir zonas do país demograficamente deprimidas – onde o investimento privado tem pouca ou nenhuma rendibilidade – com redes de telecomunicações.

Nesse sentido, Alexandre Fonseca considerou que é “muito importante” que exista uma “uma estratégia nacional para permitir que bolsas do território, onde não há retorno do investimento”, recebam investimentos para melhorar a cobertura de rede.

“De que forma é que existirão alguns incentivos ao investimento privado ou algum tipo de coinvestimento público e privado, para garantir que chegamos aos tais seis milhões de lares existem à partida em Portugal” é outra das dúvidas que o gestor espera ver esclarecidas no OE2021.

Esta ideia já tinha sido avançada pelo gestor da Altice, em junho, aquando da apresentação da campanha de comunicação que inaugurou um novo posicionamento da marca Meo. “Para chegar a 100% será necessária uma nova fase, de incentivos de investimento privado ou investimento público, que complemente as centenas de milhões de euros que a Altice Portugal tem investido no país”, afirmou então o gestor.

Pelas contas da Altice Portugal, que se baseia nos indicadores do Instituto Nacional de Estatística, uma cobertura de 100% do território português com ligações por rede de fibra ótica representa cerca de seis milhões de lares.

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