A Altice Portugal considera que o aumento do preço base nas ofertas triple play (pacote com Internet fixa, telefone fixo e serviço de televisão) anunciado pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) “nada mais é que uma pura e redonda falsidade”.
Em comunicado, a empresa liderada por Alexandre Fonseca esclarece que não se pode “aferir que se tenha registado qualquer diminuição da qualidade do serviço na oferta que a empresa tem no mercado”, garantindo que as “condições referidas pela Anacom não se aplicam a clientes atuais”.
Em causa está um comunicado enviado à redação esta manhã pela Anacom, criticando a NOS, Vodafone e Altice Portugal (dona da Meo) por terem agravado em 1 euro as suas ofertas base triple play, para cerca de 31 euros. Segundo o regulador, o aumento afeta os novos subscritores e os anteriores subscritores e surge ao mesmo tempo em que se regista uma diminuição da qualidade do serviço.
Para a dona da Meo, em máteria de preços, “Portugal é um dos países da União Europeia em que os pacotes de telecomunicações são os mais atrativos, como aliás mencionado pelo estudo do IDES, publicado pela Comissão Europeia”.
Contudo, segundo a Anacom, existe de facto um desfasamento de preços face à média da União Europeia.”Em outubro de 2018 os preços do pacote Internet + telefone fixo + televisão, eram superiores à média da União Europeia entre 2% e 12,7%. A exceção eram as ofertas de 1 Gbps que apresentavam preços inferiores à média da União Europeia (-22,3%), mas que só são subscritas por 1,6% dos clientes”, lê-se no comunicado do organismo liderado por João Cadete de Matos.
A empresa liderada por Alexandre Fonseca rejeita essa leitura e acusa o regulador de “tentar manipular o país com declarações infundadas”. A empresa considera que o objetivo da Anacom é “denegrir a imagem desta empresa que investe centenas de milhões de euros por ano no pais e emprega cerca de 20 mil pessoas”.
“Assim, tendo a Anacom, de há três anos a esta parte, imprimido um estilo de afirmar e defender teses sem que estas tenham qualquer estudo oficial, credível e homologado por base, lança a Altice Portugal o repto para que pela primeira vez mostre qual o estudo ou evidências em que baseia as suas afirmações, à semelhança do que praticam outras entidades, nacionais e internacionais, que têm vindo a criticar a regulação e o regulador em Portugal”, lê-se.
O comunicado da Altice Portugal, rejeitando a leitura de mercado da Anacom é mais um episódio de discórdia entre os players do setor e o regulador. O teor dos comunicados da empresa e do regulador centra-se nos preços dos serviços – Anacom considera-os altos sem alternativas, mas as operadoras defendem que já são competitivos. As operadoras e regulador estão de costas voltadas devido ao regulamento do 5G.
A NOS também já reagiu, acusando a Anacom de fabricar “narrativa falsa para justificar o absolutamente injustificável”.
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