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Altri quase duplicou lucros no primeiro trimestre, com subida de 19,1% no EBITDA

As receitas da produtora de pasta de celulose nos primeiros três meses deste ano registaram um aumento, na ordem dos 8,2%, de cerca de 165,7 milhões de euros para 179,2 milhões de euros.
20 Maio 2021, 18h44

A Altri encerrou o primeiro trimestre de 2021 com uma subida de 93,7% nos resultados líquidos, que passaram de 6,8 milhões de euros para 13,2 milhões de euros em comparação com os primeiros três meses de 2020, enquanto o EBITDA cresceu 19,1% na mesma base homóloga, de 33,1 milhões de euros para 39,5 milhões de euros.

Também as receitas da produtora de pasta nos primeiros três meses deste ano registaram um aumento, na ordem dos 8,2%, de cerca de 165,7 milhões de euros para 179,2 milhões de euros.

“Ao nível dos resultados, foi um trimestre em que já se refletiu a inversão dos preços da pasta nos mercados internacionais, após um período de dois anos de prolongada quebra. Nesse sentido, a Altri conseguiu aumentar as vendas dos seus produtos, sobretudo nos mercados internacionais, destino de mais de 86% da totalidade da nossa capacidade produtiva, e melhorar substancialmente os resultados comparativamente com o período homólogo”, assinala o CEO da Altri, José de Pina, em comunicado enviado há minutos à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários .

Segundo este responsável, “na nossa unidade de energia – a GreenVolt, verificou-se uma quebra na produção de energia elétrica renovável de 2,6%, totalmente explicada pelas paragens programadas de duas das nossas centrais”.

“A Greenvolt tem um ambicioso projeto de expansão nacional e internacional assente na produção de energia totalmente renovável com base em modelos inovadores de energia solar, eólica e de biomassa. Enquadra-se nesta estratégia de crescimento, o memorando de entendimento assinado para a aquisição da V-Ridium, que tem um ‘pipeline’ de projetos eólicos de solares de 2.800 MW na Europa”, assinala o CEO da Altri.

De acordo com José de Pina, “a Altri definiu um conjunto de ações de modo a contribuir para um mundo mais renovável, assente no seu ‘Compromisso 2030’ e que se materializa em quatro vetores de desenvolvimento em que assentará a sua atividade bem como os futuros investimentos: desenvolver e valorizar a floresta, apostar na excelência operacional e na inovação tecnológica, valorizar as pessoas e afirmar a sustentabilidade como fator de competitividade”.

“Apesar da complexidade do atual contexto, estamos otimistas a médio prazo, continuando fortemente empenhados na criação de valor para todos os nossos ‘stakeholders'”, acredita o CEO da Altri.

Em termos operacionais, “o primeiro trimestre de 2020 assistiu a uma progressiva recuperação da procura na generalidade dos mercados, acompanhada por sucessivos anúncios de aumentos de preço”.

“As nossas unidades – Celbi, Celtejo e Caima – produziram, neste período, 280,4 mil toneladas, um valor ligeiramente inferior ao registado nos primeiros três meses de 2020. Em termos de vendas, a Altri colocou no mercado 304,6 mil toneladas, mais 6,1% que no período homólogo e de 12,3% comparativamente ao quarto trimestre”, revela o referido comunicado.

O mesmo documento acrescenta que “o desempenho financeiro do grupo fica marcado pela progressiva recuperação dos preços da pasta nos mercados internacionais”, uma vez que, “nos primeiros três meses deste ano, as receitas totais da Altri cresceram 8,2% e atingiram 179 milhões de euros, valor que compara com 165,7 milhões registado um ano antes”.

“Na atividade industrial, as vendas atingiram 135,4 milhões de euros, das quais 86% ou 119,2 milhões foram realizadas no mercado externo. A produção de energia teve um contributo de 21,1 milhões de euros. Os custos totais operacionais neste trimestre situaram-se em 139,7 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 5,4% face ao trimestre homólogo de 2020”, destaca o comunicado em questão.

A administração da Altri adianta ainda que, “como resultado, o EBITDA aumentou 19,1%, para os 39,5 milhões de euros, neste período”.

“O EBITDA no segmento das unidades de produção de pasra ascendeu a 32,7 milhões de euros, ou seja um crescimento de 29% face aos primeiros três meses de 2020, beneficiando da evolução dos preços nos mercados internacionais. A GreenVolt registou um EBITDA de 6,8 milhões de euros, valor que compara com os 7,8 milhões registados um ano antes, explicado pela paragem programada de duas das suas unidades. O resultado líquido consolidado atingiu cerca de 13,2 milhões de euros, quase duplicando o resultado líquido apresentado no trimestre homólogo do ano passado, quando registou 6,8 milhões de euros”, prossegue o esmo comunicado.

No primeiro trimestre, a Altri investiu cerca de 7,1 milhões de euros. A dívida nominal líquida no final de março ascendia a 459,6 milhões de euros, representando um decréscimo de 15,7 milhões face ao final de 2020.

No que respeita a perspetivas futuras, “o atual contexto, embora ainda marcado por um cenário de pandemia, é globalmente otimista a médio prazo, o que se tem traduzido num aumento da procura e, consequentemente, num contínuo aumento de preços, com impacto direto positivo nos resultados do grupo”.

“O Grupo Altri vai continuar a desenvolver um conjunto de projetos de melhoria contínua, essencialmente assentes no campo digital, que visem reforçar a eficiência das suas unidades produtivas. No segmento da energia o Grupo Altri, através da sua subsidiária Greenvolt, continuará a levar a cabo o seu ambicioso projeto de expansão nacional e internacional. A Greenvolt pretende consolidar a sua posição de liderança no plano nacional e afirmar-se como um ‘player’ de referência a nível internacional no mercado das energias renováveis, não apenas a partir de biomassa florestal – segmento que continuará a ser o ‘core business’ da sociedade, com inquestionáveis competências –, mas também através de modelos inovadores de energia solar e eólica”, conclui o comunicado enviado pela Altri à CMVM.

Refira-se que em termos de paragens programadas de manutenção das três fábricas de pasta de papel da Altri em Portugal para 2021, a calendarização prevê interrupção de produção na Caima em setembro e da Celbi em outubro, não estando prevista qualquer paragem para a Celtejo.

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