A escolha do curso superior evidencia as desigualdades sociais em Portugal. A expansão do ensino universitário não conseguiu diminuir as diferenças de acesso entre estudantes com níveis socioeconómicos distintos. A conclusão é do estudo “A Equidade no Acesso ao Ensino Superior” do think thank da Fundação Belmiro de Azevedo, divulgado esta quarta-feira pelo “Jornal de Notícias” e pelo “Público”.
A análise do Edulog mostrou que os alunos das classes mais favorecidas frequentam cursos como Medicina, Direito e Engenharia – que, tendencialmente, exigem notas mais elevadas –, enquanto os mais pobres inscrevem-se sobretudo nos institutos politécnicos.
A escolha está também relacionada com as habilitações literárias dos pais. Por exemplo, mais de 70% dos estudantes de Medicina são filhos de pais que concluíram o ensino superior. Por outro lado, em Enfermagem, a maioria dos pais desses alunos tem o secundário ou menos.
Segundo o estudo, nas universidades há 28,1% de bolseiros enquanto nos politécnicos existem 37,4%. “Dito de um modo um pouco brutal, as classes mais baixas só podem tirar vantagem da expansão [do sistema de ensino] quando as necessidades das classes mais altas estiverem satisfeitas”, afirma Alberto Amaral, coordenador científico do Edulog, ao “Público”.
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