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Álvaro Santos Pereira: “Achamos aceitável como sociedade que acusados de corrupção vão de recurso em recurso até morrerem de velhos?”

O antigo ministro da Economia e quadro da OCDE deixou críticas por os processos de corrupção não chegarem a julgamento. “Grandes casos de corrupção, mesmos os pequenos, muitas vezes não são julgados”, afirmou.
13 Janeiro 2020, 16h46

Álvaro Santos Pereira considera inadmissível que os casos de corrupção em Portugal investigados pela justiça acabem sem condenações, ou que os considerados culpados não sejam efetivamente punidos.

“Achamos aceitável que as pessoas acusadas de corrupção, se forem bastante poderosas ou com bastantes recursos, vão de recursos em recursos até morrerem de velhos. Achamos isso aceitável?”, questionou o antigo ministro em entrevista à Antena 1/Jornal de Negócios.

O atual diretor da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) destaca que as “percepções de corrupção são muito elevadas”, e que, simultaneamente, os “grandes casos de corrupção, mesmos os pequenos, muitas vezes não são julgados”.

“Estamos preparados para daqui a uns anos que, as pessoas dos grandes casos de corrupção não cumpram minimamente qualquer tipo de pena, se forem acusados de corrupção, porque conseguem através dos seus recursos, quer financeiros quer judiciais, irem de recurso em recurso até morrerem de velhos? Achamos isso aceitável como sociedade?”, reforçou.

“Achamos que somos uma sociedade boa e justa para com os mais pobres, se isto acontece? Eu acho que não”, declarou.

 

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