Numa altura em que retalhista por todo o mundo tentam responder à crise da cadeia de abastecimento, a Amazon parece estar um passo à frente. A empresa fundada por Jeff Bezos, especialista no retalho online, reinventou todo o seu processo logístico, desde os aviões aos camiões, passando pela motivação dos trabalhadores, de acordo com a notícia avançada esta quinta-feira pelo “El Economista”.
O objetivo da Amazon é continuar a crescer, conquistando clientes e participação de mercado, às custas da inação dos seus concorrentes face aos problemas na cadeia de abastecimento mundial. A empresa garante que “nenhum cliente ficará sem entregas ao domicílio com este plano”.
Uma das novidades é o cargueiro Olive Bay, com bandeira de Hong Kong que, ao invés do que é normal, carrega agora contentores com o logótipo da Amazon. A maioria deles vazios, mas rapidamente será carregado num armazém da gigante do comércio eletrónico. Brinquedos, árvores-de-natal ou ursos de peluche, no fundo, qualquer produto que possa ser produzido na China a um preço razoável.
Além de fretar cargueiros como o Olive Bay, aproveitando o espaço livre, a Amazon contratou 150 mil trabalhadores para reforçar a sua cadeia logística, aumentando salários e oferecendo benefícios extrassalariais de até três mil dólares (2.674 euros). A gigante do comércio eletrónico colocou quatro mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) na mesa para combater a crise da cadeia de abastecimento.
Tal quantia permitirá que, apesar de alguns camiões não circularem na capacidade máxima de carga, a Amazon consiga garantir que todas as encomendas cheguem aos destinatários dentro do tempo estimado. O objetivo da Amazon não é só combater a cadeia de abastecimento, mas também marcar uma posição em como está à frente dos seus concorrentes.
A verdadeira vantagem competitiva da Amazon são os recursos de distribuição. “Tem rede própria de transporte, com os seus camionistas, navios e fábricas próprias na Ásia”, explica um ex-trabalhador. O seu poder logístico acabou por convencer pequenos comerciantes mais céticos a usarem a plataforma da Amazon para vender os seus produtos.
Tudo isto envolve uma partilha de informações sobre clientes e fornecedores com a empresa que está a assumir todo o sector do retalho. Mas quando faltam fretes e contentores, a Amazon tem o espaço necessário para muitas pequenas empresas que vivem da importação de produtos. “A Amazon tinha espaço nos navios e eu não podia dizer não aos meus clientes”, explica David Knopfler, proprietário da Lights.com, que vende luzes e decorações para casa.
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