A EDP conseguiu crescer e atingir os objetivos nos Estados Unidos durante a presidência de Donald Trump, mas a “onde verde” que vai ter lugar no país com a nova administração de Joe Biden representa uma grande oportunidade para a energética portuguesa, que vai inclusivamente incluir essa nova realidade nas novas metas para o período até 2025, afirmou Miguel Stilwell de Andrade, que foi eleito CEO da empresa esta terça-feira.
“Nós vemos um potencial enorme nos Estados Unidos, mas já o vemos há muito tempo”, sublinhou Stilwell de Andrade, em conferência de imprensa. “Estamos nos Estados Unidos desde 2003, foi uma grande aposta que a EDP fez na altura, e temos vindo a crescer”.
“Mesmo na administração Trump a verdade é que foi possível continuar a crescer e inclusivamente parte do plano ambicioso que nós tínhamos para até 2022 passava por esse crescimento nos Estados Unidos”, sublinhou Stilwell.
A EDP realizou esta terça-feira uma assembleia geral extraordinária, por via telemática devido às regras de confinamento em vigor no estado de emergência, na qual os acionistas aprovaram com quase 100% dos votos o Conselho de Administração Executivo até 2023, liderado por Stilwell de Andrade, que já estava no cargo de forma interina desde a suspensão de António Mexia em julho.
“Obviamente que Biden tem uma ambição reforçada para a área das renováveis e portanto isso para nós representa uma oportunidade muito grande. Estamos a estudar o tema para que possamos no âmbito do plano estratégico apresentar novos targets relativamente ao crescimento nos Estados Unidos”, vincou. Stilwell de Andrade disse que a EDP vai durante o primeiro trimestre apresentar um novo plano estratégico até 2025.
“Seguramente é positivo para a EDP e para a EDP Renováveis nas várias vertentes”, vincou o CEO.
Recordou ainda que a EDP anunciou esta segunda-feira que chegou a acordo para comprar uma participação maioritária de 85% na plataforma de solar C2 Omega. Em causa está um portefólio de geração solar distribuído nos Estados Unidos (EUA) que inclui 89 megawatts (MW) de capacidade em operação e um de cerca de 120 MW, distribuídos por aproximadamente 200 projetos em 16 estados norte-americanos
“Anunciamos ontem uma aquisição que também nos vai dar um eixo adicional de crescimento nos Estados Unidos que pode beneficiar desta nova onda verde no país”, concluiu o CEO da EDP.
A EDP está presente nos Estados Unidos através da subsidiária EDP Renewables. Segundo o site da empresa, é a quarta maior operadora de energia eólica no país. A geração nos parques eólicos, parques solares e projetos de armazenamento equivale ao consumo de quase três milhões de residências.
Em fevereiro do ano passado, António Mexia afirmou que a EDP já investiu mais de 10 mil milhões de euros nos Estados Unidos. No final de setembro de 2020, a EDP tinha capacidade instalada de 5.906 megawatts (MW) nos EUA, mais 573 MW que no período homólogo e ainda 1.093 MW em construção.
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