João Matos Fernandes representou o Governo português na Cimeira do Clima nas Nações Unidas em Nova Iorque. O ministro do Ambiente e da Transição Energética teve a oportunidade de mostrar ao mundo as ambições portuguesas em relação ao combate às alterações climáticas.
“Todos os países têm que entregar no próximo ano a estratégia de longo prazo, para 2050, relativamente ao clima. Portugal já entregou com um ano de antecedência. Entregámos antecipadamente a nossa estratégia que vai além da ambição que o secretário-geral da ONU coloca para as nações. Fala numa redução de emissões de 45% para 2030, nós comprometemo-nos com uma redução de 50% das emissões para 2030”, disse o ministro do Ambiente ao Jornal Económico.
“Diria que correu bem [a participação do Governo português na Cimeira do Clima] no sentido que os países que apareceram a falar têm uma história para contar sobre o objetivo de descarbonização, e sobretudo percebe-se que este é um processo que obriga a investimento, à criação de riqueza, de empregos qualificados”, destacou João Matos Fernandes.
“Nós não temos um processo de despojamento, mas de criação de bem-estar, de criação de riqueza. Queremos que os países que estão na linha da frente, sejam do ponto de vista económico os mais beneficiados”, afirmou o ministro.
“No que diz respeito à Cimeira propriamente dita não era de compromissos globais, mas para mostrar boas práticas de um conjunto de países e Portugal foi justamente um dos países escolhidos para que pudesse contar o que está a fazer, como vai fazer e assumir um compromisso”, adiantou.
João Matos Fernandes revelou que Portugal assinou com a banca comercial “uma carta de entendimento no sentido de cada vez mais a banca se preocupar em ter portefólios verdes. Estamos aqui a aprender como fazer esse processo”.
João Matos Fernandes também destacou que, a contribuir para Portugal cumprir as metas de alterações climáticas, está o encerramento das duas centrais a carvão até 2030.
“É uma data que vai certamente ser antecipada – o compromisso internacional que temos e o que está no roteiro, é as duas centrais serem desativadas na década de 20 O que sabemos é que o central do Pego vai certamente encerrar antes disso, o CAE acaba em 2021. Estamos convencidos que pode encerrar já no início da década. Os leilões de solar que foram lançados mostram duas coisas; uma primeira é que vamos mesmo muito depressa ter capacidade a partir de fontes renováveis, neste caso o solar, ter capacidade para substituir Sines. O leilão que fizemos não vou falar do processo recorde, mas o preço médio é de 20,7 euros por megawatt/hora (Mw/h) é também do ponto de vista económico desinteressante produzir a carvão. É inequívoco que produzir eletricidade a partir de fontes renováveis é mais barato do que produzir a partir de energias fosseis”, afirmou.
“Por isso, há todas as condições para que a central de Sines feche na primeira metade da próxima década não há nada para negociar com a EDP. A central já está completamente no mercado. O que Portugal tem que garantir é a resiliência do sistema. Agora conseguindo nós ter um sistema robusto, sem contar com Sines e o Pego, e produzindo Sines e o Pego mais caro, as próprias empresas não vão ter interesse em manter a produção. É ganho económico e para os consumidores”, rematou o ministro do Ambiente.
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