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Ambientalistas pedem resistência política à pressão de quem lucra com embalagens descartáveis

O pedido chega no dia internacional da reutilização. As organizações ambientais consideram que existe “ausência de medidas de restrição” em relação às embalagens plásticas descartáveis e falta de apoio a sistemas de reutilização. Sector do take-away é um dos visados.
16 Junho 2023, 13h00

A Associação Zero, em conjunto com outras entidades ambientais mundiais, apela para que os decisores políticos tenham “coragem para resistir à pressão de quem lucra diariamente com o descartável e que tenta passar a ideia que reciclar é melhor do que reutilizar”. O pedido chega no dia internacional da reutilização.

De acordo com dados europeus, citados pela Zero, entre 2013 e 2020, “a quantidade de resíduos de embalagens aumentou 15%” na União Europeia. Na opinião da organização ambiental portuguesa, a “ausência de medidas de restrição e desincentivo ao uso de embalagens descartáveis e a falta de apoio aos sistemas de reutilização estão na origem deste grave problema”. Ou seja, a falta de ação dos governos está a levar a um aumento da existência de resíduos.

A Zero lembra, no dia em que se apela ao reaproveitamento de embalagens, que o relatório de aviso sobre resíduos urbanos publicado pela Comissão Europeia demonstra que “uma boa parte dos estados-membros está em sério risco de incumprimento das suas metas de reciclagem de resíduos urbanos e de embalagens”.

“No caso português, o risco existe para as embalagens de plástico, de vidro e de metal (alumínio e metais ferrosos). Portanto, fica claro que a reciclagem nunca será suficiente para resolver o problema dos resíduos de embalagem, em particular porque em nada contribui para a sua diminuição, antes acabando por “desculpar” a manutenção do modelo descartável atual”, evidencia.

A coligação das 81 organizações ambientalistas e a Aliança Rethink Plastic defendem “a integração de sistemas de reutilização bem projetados na revisão da Diretiva Embalagens, como um catalisador para prevenir o desperdício de embalagens”.

Numa carta aberta a Bruxelas, as organizações pediram um reforço das medidas já propostas pela Comissão Europeia. A carta dirigida aos eurodeputados pede o apoio para os objetivos de reutilização sectoriais propostos pela Comissão, nomeadamente aqueles afetos ao sector do take-away, pede ainda para que os membros do Parlamento Europeu e os ministros “assumam uma abordagem crítica quando analisam os estudos que comparam as opções descartáveis e reutilizáveis, questionem metodologias opacas, resultados e interesses envolvidos” e que “estabeleçam incentivos económicos para sistemas de reutilização de embalagens”, dando um exemplo de um “fundo a estabelecer no âmbito da responsabilidade alargada do produtor”, que poderia ser uma percentagem do ecovalor pago pelas embalagens colocadas no mercado para os clientes.

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