A região da América Latina vai ser o grande mealheiro da Mota-Engil a partir de 2017, assumindo-se como a principal fonte de receitas e destronando África dessa posição, que ocupava há vários anos, desde que Portugal deixou de ser um mercado relevante para o grupo no setor da construção civil e obras públicas. “África vai perder este ano a liderança na contribuição para o volume de negócios para a América Latina. E, em 2017, o México vai ser o maior país onde temos atividade”, disse, há cerca de duas semanas, o presidente da construtora, António Mota, no congresso dos ROC – Revisores Oficiais de Contas, que decorreu em Lisboa.
A grande aposta da Mota-Engil na internacionalização vem desde a origem do grupo, mas reforçou-se nos últimos dez anos, com a crise prolongada da construção em Portugal. António Mota exemplificou como se inverteu o estado de coisas: em 2003, a Mota-Engil obtinha 78% da faturação em Portugal; em 2015, os mercados externos valeram 74% do volume de negócios do grupo.
A par da reduzida expressão do mercado interno, a desaceleração de economias como a de Angola, uma das mais importantes na frente internacional da Mota-Engil, também explica por que é que a América Latina, com o México à cabeça, vai ser a principal área geográfica de negócios do grupo a partir do próximo ano. E o grupo está a entrar em novos mercados na região.
Só nos últimos meses, depois de encerrado o primeiro semestre do ano, a Mota-Engil já garantiu cerca de 500 milhões de euros em diversos mercados latino-americanos. A 12 de julho, anunciou ao mercado a adjudicação de um contrato no segmento de obras rodoviárias, no valor de cerca de 100 milhões de euros. A 28 do mesmo mês, o grupo português garantiu dois contratos-quadro na Colômbia, para o desenvolvimento de diversos projetos de infraestruturas educativas, no valor conjunto de cerca de 280 milhões de euros.
Já depois disso, mesmo sem ter comunicado esses factos ao mercado, a Mota-Engil assegurou as primeiras adjudicações em três novos mercados da América Latina: Chile, República Dominicana e Paraguai.
Segundo o último número da Sinergia, revista interna da Mota-Engil referente a agosto, a que o Jornal Económico teve acesso, no Chile, “onde o grupo tem um escritório de representação comercial para acompanhar as maiores empresas mineiras na região, a Mota-Engil ganhou o primeiro contrato para reparação no porto de Antofagasta”, num contrato de 5,8 milhões de euros.
Na República Dominicana, o grupo de António Mota vai participar no projeto Ciudad Juan Bosch, para a construção de 1.704 apartamentos, num valor de 41,8 milhões de euros e um prazo de construção de 18 meses.
A terceira estreia da Mota-Engil na América Latina nos últimos meses ocorreu no Paraguai, com um contrato de 45,6 milhões de euros na capital, Assunção, adjudicado pelo ministério local de Obras Públicas e Comunicações, para a conceção e construção do sistema de transporte público de passageiros entre Assunção e San Lorenzo.
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