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Ana Gomes: “Se for eleita, pedirei a reapreciação da legalização do Chega”

Candidata às presidenciais admitiu que não daria posse a um Governo sustentado pelo Chega, tal como aconteceu recentemente no Governo Regional dos Açores. “Essa é uma grande diferença minha em relação ao professor Marcelo Rebelo de Sousa”, disse Ana Gomes.
  • Cristina Bernardo
14 Dezembro 2020, 21h52

A candidata independente às eleições presidenciais, Ana Gomes, garantiu esta segunda-feira que se for eleita Presidente da República, vai pedir a reapreciação da legalização do Chega, por se tratar de um partido “que tem o propósito de destruir a democracia”.

Em entrevista à TVI, esta noite, Ana Gomes considerou que o partido liderado por André Ventura “nunca devia ter sido legalizado” porque “tem em um discurso racista, xenófobo e tem o propósito de destruir a democracia”.

“Posso assumir desde já um compromisso: sendo eleita, uma das primeiras atitudes que tomarei será a de dirigir uma mensagem à Procuradora-Geral da República pedindo uma reapreciação da legalidade do Chega, não apenas pelo programa, mas também pela sua prática reiterada, xenófoba, racista, violenta”, afirmou ex-eurodeputada socialista.

Pela mesma ordem de razão — por considerar que o Chega é um partido anti-democrático —, Ana Gomes não equacionaria empossar um Governo sustentado pelo Chega. “Essa é uma grande diferença minha em relação ao professor Marcelo Rebelo de Sousa”, vincou a candidata presidencial.

Ana Gomes defendeu que é “incompatível” um Presidente da República jurar a defesa da Constituição e dar posse ao Governo sustentado pelo partido de André Ventura, por se tratar de uma força política “que quer destruir a Constituição”.

“Não me arrependo de ter sido militante do MRPP”

Ana Gomes abordou ainda o seu passado político, que inclui um ano de militância no MRPP, do qual não se arrependeu. “Foi uma grande escola de cidadania”, referiu.

A candidata presidencial explicou que ingressou no MRPP por que tinha “uma agenda por democracia, por liberdade”, do qual se afastou por ter sido “crítico” em relação ao 25 de abril.

“Foi um partido que esteve do lado certo  do 25 de novembro de 1975 com as forças que evitaram um golpe totalitário. E foi a seguir a isso que eu saí por causa de uma atitude descrente em relação ao 25 de abril. Eu achava que o 25 de abril era a promessa de democracia e que valia a pena apostar nisso e foi por isso que eu me afastei em janeiro de 1976 do MRPP. E não me arrependo de ter sido militante do MRPP. Hoje, haveria muitas coisas que não voltaria a fazer, mas foi uma grande escola de cidadania”, vincou Ana Gomes.

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