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Anacom. Utilizadores dos serviços móveis aumentam 3,4% no primeiro semestre

Trata-se do maior aumento de subscritores em 11 anos. A Anacom recolhe dados sobre os serviços móveis desde 2010. A Meo, da Altice, tem a maior quota de mercado nos serviços móveis, mas é a NOS que apresenta a quota mais elevada de tráfego de internet em banda larga móvel.
  • Edifício-sede da Autoridade Nacional de Comunicações, em Lisboa
31 Agosto 2021, 13h20

O número de assinantes de serviços móveis cresceu 3,4%, para 414 mil utilizadores, no primeiro semestre de 2021, anunciou a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) esta terça-feira. Trata-se do maior aumento de subscritores desde que o regulador recolhe estes dados (2010).

Em comunicado, a Anacom sublinha que se registavam no final de junho um total de 12,5 milhões de cartões de serviços móveis ativos. “Este aumento é explicado pela evolução dos planos pós-pagos e híbridos (+5,7% nos últimos 12 meses), que representam 62,9% do total de acessos, e estará associado ao gradual levantamento das limitações de circulação iniciado na segunda quinzena de março. Os planos pré-pagos, continuaram a evidenciar uma tendência de decréscimo (-0,1% nos últimos 12 meses), à semelhança do que vem ocorrendo desde 2012”, lê-se.

O crescimento de assinantes de serviços móveis também teve um impacto positivo no tráfego de voz móvel, que cresceu 7% até ao final de junho. O regulador diz que a evolução ocorrida foi “influenciada” pela pandemia da Covid-19. “Estima-se que, caso esta não tivesse ocorrido, o tráfego médio de voz móvel por acesso, teria aumentado 4,6% neste semestre face a igual período de 2020”, nota a Anacom.

O contexto pandémico ao longo dos últimos cinco trimestres (15 meses) terá influenciado, em média, “mais de 11,8% por trimestre”. “A Covid-19 terá também influenciado o tráfego com destino a redes internacionais, que diminuiu 12,6%”, segundo o regulador.

Quanto ao serviço móvel de acesso à internet, o número de utilizadores fixou-se em oito milhões, nos primeiros seis meses do ano. Ou seja, o número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à internet avançou 2% face ao período homólogo, o que significa que hoje cerca de 78 pessoas em cada 100 habitantes subscrevem um serviço móvel de acesso à internet.

“Este aumento resulta de um maior número de utilizadores do serviço de acesso à Internet através do telemóvel (+1,3%) e de PC/tablet/pen/router (+11,9%). Neste último caso, trata-se do maior crescimento homólogo registado desde 2010, o qual poderá estar associado ao Programa Escola Digital (lançado em setembro de 2020), ao gradual desconfinamento e ao início do verão”, lê-se.

Ora, o aumento do número de utilizadores explica, em parte, o crescimento do tráfego de acesso à internet em banda larga móvel, que disparou 24,6% entre janeiro e julho. O crescimento é também explicado pela Anacom com o “aumento da intensidade de utilização do serviço”.

“O tráfego médio mensal por utilizador ativo de internet móvel aumentou 23,7% face ao período homólogo. Cada utilizador de banda larga móvel consumiu, em média, 5,5 GB [gigabytes] por mês. O tráfego médio mensal gerado por PC/tablet/pen/router atingiu os 25,8 GB (+27,6%). A Covid-19 terá contribuído para a evolução ocorrida, especialmente no caso das ofertas suportadas em PC/tablet/pen/router”, salienta o organismo liderado por Cadete de Matos.

Apesar deste crescimento, a Anacom diz que Portugal é o país com menor consumo médio mensal de dados móveis entre 65 países, citando um estudo da Opensignal. “Os diferentes níveis de consumo de dados móveis resultam dos diferentes níveis de: penetração de 5G e banda larga fixa; utilização de redes Wi-Fi (onde Portugal se destaca); preços e características das ofertas disponíveis em cada país”, adianta-se.

Não obstante, a Anacom refere que “a penetração do serviço móvel ascendeu a 170,4 por 100 habitantes”, sendo que “a penetração de acessos móveis comercializados em pacote com serviços fixos foi de 48,1 por 100 habitantes”.

A Meo (detida pela Altice Portugal) surge como o operador com maior quota de mercado nos acesso móveis ativos (40,4%). Segue-se a Vodafone (29,8%), a NOS (26,7%) e a Nowo (1,8%).

Apesar da Meo ser o operador com mais subscritores de serviços móveis, é a NOS que detém “a quota mais elevada de tráfego de internet em banda larga móvel com 45,4%”. Segue-se a Meo (27,4%) e a Vodafone (26,7%).

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