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Analistas espanhóis foram os mais certeiros

Os analistas do Santander e do BBVA bateram a concorrência no que toca às recomendações e previsões de preços-alvo para 2016.
23 Dezembro 2016, 02h26

O optimismo generalizado dos analistas para a bolsa portuguesa que os analistas demonstravam no final de 2015 não se materializou. O PSI 20 segue a perder 13,2%, com 12 cotadas no vermelho. E, como já vem sendo habitual, é nas acções que registaram os maiores ganhos que os analistas se mostraram mais certeiros. Destaque para a Jerónimo Martins e REN, com grande parte dos preços-alvo a ficarem a menos de 5% da cotação actual. Já nos seis títulos que lideram as perdas – CTT, NOS, Altri, EDP Renováveis, Sonae e Mota-Engil – nenhum analista acertou na direção das cotações. O Jornal Económico analisou as recomendações e os preços-alvo para as cotadas nacionais no final de 2015 e concluiu que foram os analistas espanhóis os mais certeiros nas previsões para 2016.

Mais uma vez, as recomendações de “compra” superaram em larga escala as recomendações de “venda”. Recorde-se que, desde 2008, ano a partir do qual a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários disponibiliza dados, que esta é uma tendência constante, com o peso das recomendações de “compra” a superar as de “venda” em cerca de 30 pontos percentuais, situando-se, regra geral, na ordem dos 50%. Apesar disso, o PSI 20 registou perdas pesadas em 2014 e 2011, de 27% e 28%, respectivamente, tombou ainda 10% em 2010 e conseguiu apenas ganhos ligeiros, de 3%, em 2012.

O Jornal Económico analisou as recomendações dos analistas com base em três critérios: A recomendação foi correta? A cotação da acção bateu ou não o preço-alvo, proporcionando ganhos aos investidores? Quão próxima ficou do preço-alvo?
Os analistas do Santander e do BBVA foram os únicos a acertar na recomendação em metade dos títulos seguidos, com cinco recomendações corretas em dez, quando a larga maioria das casas de investimento ficou-se por menos de 30% de recomendações corretas. Os especialistas do Santander obtiveram ainda pontuações em 70% das cotadas seguidas, o que significa que, mesmo não acertando na direcção de alguns títulos, foram certeiros nos preços-alvo. Para esta análise o Jornal Económico considerou apenas recomendações emitidas nos últimos três meses de 2015, de casas de investimento que seguem cinco ou mais títulos do PSI 20. Não cumprem estes critérios as unidades de participação do Montepio e as acções da Pharol. No caso do BCP, o ‘reverse stock split’ feito em Outubro distorce os preços-alvo avançados no final de 2015, peloq ue o título foi retirado desta análise.

Entre os portugueses, os analistas do Caixa BI bateram os pares do BPI e Haitong, ex-BES Investimento, ainda que com apenas quatro recomendações corretas em 14, e sem conseguir alcançar qualquer pontuação em mais de metade dos títulos seguidos.

Os preferidos para 2017
Tiros certeiros no passado não são garantia para o futuro. Dito isto, os analistas do Santander e BBVA são consensuais na recomendação de “compra” para CTT e EDP Renováveis com preços-alvo que implicam um potencial de valorização superior a 40% e 20%, respetivamente, e também na recomendação de “manter” para a Altri. E num ano que se crê de elevada incerteza, os consensos ficam por aqui. Os analistas do BBVA mostram-se mais otimistas para a NOS e Navigator, ambos com recomendação de “compra”, enquanto o Santander se mostra mais cauteloso com nota de “manter”. Já para a REN e Jerónimo Martins, as perspectivas não podiam ser mais antagónicas: enquanto o BBVA recomenda a “venda”, o Santander aconselha a “compra”.

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