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André Ventura anuncia candidatura presidencial contra “face do sistema” Marcelo Rebelo de Sousa

Deputado do Chega confirma intenção desaconselhada em dezembro pelo atual Presidente da República e reconhece que será difícil derrotar um Chefe de Estado a quem acusa de manter silêncio quanto aos temas da corrupção e das condições de trabalho das forças de segurança.
  • Mário Cruz/Lusa
8 Fevereiro 2020, 11h25

O presidente do Chega, André Ventura, anunciou que vai candidatar-se às eleições presidenciais de janeiro de 2021 através de um vídeo enviado a dirigentes e militantes do partido, divulgado pela TVI24. Reconhecendo que será difícil derrotar Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda não confirmou estar interessado em disputar um segundo mandato, Ventura deixou claro que se candidata por considerar inaceitável que o atual Presidente da República fique “em silêncio” perante o que considera serem os maiores problemas de Portugal.

“Marcelo Rebelo de Sousa é a face deste sistema, nasceu neste sistema, cresceu com este sistema e defende este sistema. Nós somos precisamente o oposto”, disse André Ventura no vídeo, apontando ao Chefe de Estado falta de vontade de se pronunciar sobre “assuntos que são caros ao Chega”, como o combate à corrupção, as condições de trabalho das forças de segurança e as dificuldades do Ministério Público na investigação de políticos.

André Ventura garante no vídeo enviado aos militantes e dirigentes do Chega que irá manter-se deputado na Assembleia da República, “com a mesma intensidade e a mesma garra”, até porque admite que “podemos não ganhar, mas vamos travar uma luta com grande dignidade”.

“Mais do que ganhar interessa-nos que os portugueses fiquem a saber quão mal está o seu sistema político, o seu sistema democrático e o seu sistema social”, acrescentou o líder partidário, que confirma assim uma intenção que chegou a ser desaconselhada pelo próprio Marcelo Rebelo de Sousa, num “conselho amigo” deixado na audiência que o Presidente da República concedeu ao deputado único do Chega a 15 de dezembro de 2019, na sequência de um incidente parlamentar com o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

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