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André Ventura anuncia convenção do Chega para setembro e avisa que “ratos têm que abandonar o partido”

Presidente e deputado único do Chega vai dirigir-se aos militantes ainda neste sábado para exigir uma clarificação contra “grupos e grupinhos que se continuam a agrupar à margem do partido”.
Mário Cruz/Lusa
4 Abril 2020, 16h48

O presidente do Chega, André Ventura, vai convocar uma convenção do partido para o mês de setembro, devendo então recandidatar-se à liderança da força política que criou e pela qual foi eleito deputado nas legislativas de 2019. Esta decisão terá sido comunicada por Ventura aos dirigentes nacionais e locais numa carta, devendo dirigir-se a todos os militantes ainda durante esta tarde de sábado, na sequência das críticas que lhe foram feitas por ter optado pela abstenção na aprovação do decreto de declaração do Estado de Emergência.

Na carta, o deputado único do Chega começa por explicar o sentido de voto como “a única alternativa viável”, tendo em conta que pediu desde o início a declaração do Estado de Emergência para conter a pandemia de Covid-19 mas não queria ficar ligado à “possibilidade expressamente prevista de libertação de presos” e à “política de estrangulamento e endividamento das empresas e das famílias levada a cabo sob pretexto da crise e como forma de estrangular e dominar a sociedade”.

No entanto, André Ventura reserva fortíssimas críticas a “grupos e grupinhos que se continuam a agrupar à margem do partido para condicionar a liderança nacional”, salientando a necessidade de “uma clarificação interna”  a nível nacional e distrital, “pois há conflitos que parecem não ter solução sem uma ida às urnas”.

Nesse sentido, serão convocadas reuniões com a direção nacional e com os presidentes das estruturas distritais, realizadas por sistema de videoconferência devido à necessidade de confinamento. E será depois convocada a convenção destinada a preparar as eleições regionais dos Açores e as eleições presidenciais, às quais André Ventura já apresentou a candidatura, mas também a fazer uma separação de águas. “Os ratos têm de abandonar o Chega e vão fazê-lo nem que seja a última coisa que eu faça”, remata o presidente do partido.

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