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André Ventura: “Com 16% podemos inviabilizar um governo do PSD. Mas do PS também”

Excluindo desde já um acordo de incidência parlamentar, André Ventura projeta, em entrevista exclusiva ao JE, a inevitabilidade de um Governo com ministros do Chega. Defende ainda uma redução do IRS, do IRC e do IVA dos produtos essenciais e uma subida significativa das pensões.
7 Dezembro 2023, 08h20

Irá o Chega atingir a marca de 20% nas próximas eleições legislativas? Em entrevista exclusiva ao JE (que poderá ler na edição impressa do JE e nas plataformas digitais), André Ventura, presidente do partido, acredita que esse objetivo será conseguido e que caso o PSD vença o escrutínio, terá que levar em conta este resultado na altura de formar Governo.

Excluindo desde já um acordo de incidência parlamentar, André Ventura já projeta a inevitabilidade de um Governo com ministros do Chega: “Estamos nas sondagens na casa dos 16% a 18%. Estou convencido que o trabalho que estamos a fazer e que podemos chegar a mais. Talvez aos 20%. Isto significa que uma parte muito significativa do eleitorado quer que o Chega efetivamente transforme a vida política nacional. Não faz sentido que se tivermos esta casa de valores que o Chega fique de fora da solução governativa. O Chega deve ser parte, ter voz”.

No entanto, André Ventura coloca alguns obstáculos no caminho e defende que a força política que lidera não só não vai abdicar dos seus princípios como estes serão determinantes para um acordo à direita. E coloca como exemplo a migração: “Se o PSD defender que devemos manter esta política de porta aberta na União Europeia é evidente que não haverá [acordo]”.

Sobre as propostas fiscais, que André Ventura aponta como “fundamental”, o Chega entende que “quer o IRS, quer o IRC têm de ser menos penalizadores de quem trabalha e de quem investe. Sempre fomos desde o início e mantemos muito desconfiados da chamada progressividade dos impostos desta natureza. O que queremos neste momento é uma redução significativa dos escalões do IRS”.

Além de uma redução do IRS, do IRC e do IVA dos produtos essenciais, o Chega defende ainda uma subida significativa das pensões que teria de ser financiada pelo Orçamento do Estado e cuja proposta está entre os sete e os nove mil milhões de euros. “Esta é a proposta mais cara de todas que queremos levar a cabo. Provavelmente não será possível num ano. Nem se calhar em dois anos”, adianta o líder do Chega.

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