André Ventura estava radiante. Quando se aproximava do púlpito disse aos jornalistas que “ainda” não falou “com ninguém”. “A partir de amanhã temos todas as condições para construir um governo de direita em Portugal. O Chega e o PSD têm maioria absoluta nestas eleições, só um ato de irresponsabilidade poderá afastar uma solução de governo”, referiu antes de se dirigir aos seus apoiantes, explicando que se for preciso tomará “a iniciativa de falar com Luís Montenegro”. Confrontado “não, é não” de Montenegro, Ventura reagiu: “O país disse ‘sim, é sim’.”
Em frente aos seus apoiantes, André Ventura começou por dizer que “esta noite ficará na história de Portugal” por uma razão: “Há um dado de que já temos a certeza, esta é a noite em que acabou o bipartidarismo em Portugal. À hora a que falamos não sabemos quem vai ser o governo de Portugal, mas a história já fez a sua escolha, o Chega ultrapassou um milhão de votos em Portugal.”
Depois apontou baterias a Marcelo Rebelo de Sousa. “Esta é uma vitória que tem de ser ouvida em vários locais deste país, ouvida no Palácio de Belém onde um Presidente da República tentou à ultima hora condicionar o voto dos portugueses. Este bom povo português sabia o que queria e que não se iria deixar condicionar e disse ao Palácio de Belém que quem escolhe o governo em Portugal são os portugueses. Nós hoje somos mais de um milhão em Portugal”
André Ventura lembrou que em “Boliqueime, terra de Cavaco Silva, o Chega venceu as eleições”. “Por isso Cavaco aparece mais vezes e não desapareças, Assunção Cristas, Durão Barroso continuem a aparecer. O povo não quer passado, nem desfliles do passado, quer futuro e votaram no único partido que lhes dá esse futuro.”
Olhando para os resultados de uma forma mais ampla André Ventura voltou a falar sobre um possível governo passando a batata quente ao PSD. “Há um dado que salta à vista, o nosso grande adversário, o PS, perdeu as eleições. A AD coligado com o CDS ficará igual ao que obteve Rui Rio sozinho em 2022. Só há um dado de crescimento, o Chega quadriplicou os dados eleitorais. Há uma maioria clara entre a AD e o Chega, só um partido muito irresponsável deixará o PS governar quando temos na nossa mão a possibilidade de fazemos um governo de mudança. E a vontade dos portugueses foi clara, a AD pediu maioria absoluta e ficou longe disso, o Chega pediu para se tornar na peça central do sistema político e obteve esse resultado em Portugal. Este é o tempo de responsabilidade, o que passou, passou, encetaremos todo o esforço possível para termos um governo de alternativa ao PS nos próximos anos, não podemos ter mais quatro anos de socialismo em Portugal o povo disse o que queria e pediu à direita para governar. O nosso mandato é para governar Portugal nos próximos quatro anos.”
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