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Angola consolida peso no grupo Nabeiro com 30% da faturação e crescimento de 15% em 2025

“Angola vale 30% daquilo que são os mercados internacionais”, sublinhou Rui Miguel Nabeiro, neto do fundador do grupo do café, Rui Nabeiro, durante o lançamento do livro “O Legado do Meu Avô”, em Luanda.
27 Outubro 2025, 21h29

A Angonabeiro prevê aumentar em 15% o volume de negócios em Angola este ano, consolidando o país como um dos pilares da faturação global, responsável por cerca de 30% do total, segundo o presidente executivo do grupo.

“Angola vale 30% daquilo que são os mercados internacionais”, sublinhou Rui Miguel Nabeiro, neto do fundador do grupo do café, Rui Nabeiro, durante o lançamento do livro “O Legado do Meu Avô”, em Luanda.

O gestor lembrou que a única fábrica que o grupo tem fora de Campo Maior é em Luanda. Inaugurada em 2001, esta unidade produz cerca de 400 toneladas de café torrado da marca Ginga e três milhões de cápsulas por ano.

A Angonabeiro exporta ainda cerca de mil toneladas de café verde para Portugal, segundo dados da empresa.

Rui Miguel Nabeiro destacou ainda que a Angonabeiro “tem um portefólio de produtos muito relevante” e atua “como parceiro dos clientes, quer no segmento da restauração, quer no retalho”, empregando atualmente mais de 180 trabalhadores em Angola.

Sobre a relação histórica do grupo com o país, o responsável lembrou a forte ligação afetiva de Rui Nabeiro a Angola, que visitou logo em 1975.

“A relação que o meu avô tinha com Angola era uma relação muito próxima, muito afetiva, muito do coração, porque ele dizia que via tudo o que a Delta era em Angola”, recordou.

O atual líder do grupo Nabeiro descreve a obra sobre o legado de Rui Nabeiro como um livro de gestão sobre os métodos e a forma como o avô “olhava para o mundo da gestão”.

“É um motivo de orgulho e de reconhecimento muito grande poder estar aqui a lançá-lo”, disse.

No livro, Rui Miguel Nabeiro propõe uma leitura sobre liderança inspirada no exemplo do fundador do grupo, assente em valores de proximidade e humanidade.

“A expectativa é de ver uma gestão humana, próxima, e como é que é possível uma empresa ter lucros, ganhar dinheiro e ao mesmo tempo ser próxima da comunidade, dos colaboradores e dos clientes”, explicou.

O gestor sublinhou que o grupo está empenhado em “reforçar o papel de Angola como maior produtor do grupo em termos de café”, e anunciou que a empresa apoia 12 mulheres agricultoras que fornecem café à Angonabeiro.

“Temos feito um esforço muito grande e a nossa grande expectativa é que Angola possa voltar a ter dimensão no café verde”, afirmou.

Rui Miguel Nabeiro, que assumiu funções na administração em 2009, salientou ter sido preparado “ao longo de mais de 20 anos” para a sucessão.

“Tive uma sorte muito grande, foi poder ter essa passagem de testemunho com ele em vida. O desafio está aceite e, como alguém uma vez mencionou, se não gostas de calor, não te metas na cozinha. Eu estou na cozinha, tenho de gostar de calor”, concluiu.


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