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Angola deve pedir ajuda ao FMI e não emitir mais obrigações do tesouro, defendem analistas

Analistas europeus defendem que vai ser difícil a Angola obter novos créditos através da emissão de obrigações do tesouro em euros. E defendem que país devia centrar esforços em obter fundos de emergência do FMI e dialogar com a China para tentar resolver o fosso financeiro que se antecipa para o pagamento de dívidas dado o colapso do preço do petróleo.
26 Março 2020, 11h23

Analistas europeus defendem que emissão de títulos de tesouro não é credível e que o governo angolano deveria agora centrar se em obter fundos de emergência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao mesmo tempo dialogar com a China para tentar resolver o fosso financeiro que vai existir para o pagamento de dívidas dado o colapso do preço do petróleo. O alerta é noticiado pelo site notícias de Angola Voz da América (VOA) que cita a opinião de analistas à agência de notícias Bloomberg.

Segundo o site VOA, a decisão de Angola emitir os títulos surge numa altura em que se avizinham grandes dificuldades económicas para o país devido ao colapso do preço do petróleo nos mercados internacionais. O petróleo Brent estava nesta quarta-feira, 25 de março, a ser comercializado a pouco menos de 30 dólares o barril e com avisos que poderá haver mais quedas do preço.

“O orçamento angolano previa 55 dólares o barril e agora analistas económicos avisam que vai ser difícil a Angola a procura de mais crédito para colmatar as enormes dificuldades que vão surgir”, avança o site VOA, recordando que o presidente angolano João Lourenço autorizou na semana passada a venda de três mil milhões de dólares em Eurobonds embora não tenha sido anunciado calendário para a emissão dessa dívida.

O site VOA dá conta de que a agência de notícias económica Bloomberg citou um administrador britânico de obrigações que lançou o alerta: “a emissão desses títulos não é credível e que o governo angolano deveria agora centrar se em obter fundos de emergência do Fundo Monetário Internacional e ao mesmo tempo dialogar com a China para tentar resolver o fosso financeiro que vai existir para o pagamento de dívidas dado o colapso do preço do petróleo”.

Outro analista citado pela Bloomberg fez ainda notar que o crédito de Angola está dependente do petróleo e com a queda do preço aumentam as pressões sobre a situação financeira do país que depende em 90% das exportações de petróleo para o seu rendimento.

Angola tem neste momento uma dívida em dólares de cerca de oito mil milhões de dólares para com investidores europeus e americanos, segundo a Bloomberg.

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