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Angola incluída na lista cinzenta de países que mostram deficiências no combate ao branqueamento de capitais

O Ministério das Finanças angolano já reafirmou o “compromisso de alto nível” para reforçar a eficácia da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento de terrorismo e proliferação de armas de destruição maciça e garantiu que tudo fará para cumprir o plano de ação recomendado.
28 Outubro 2024, 07h30

Angola foi incluída na lista de países que mostram deficiências no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo alvo de monitorização reforçada do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), noticiou a Forbes África Lusófona e confirmou a organização.

O GAFI, uma organização que luta contra o branqueamento de capitais, anunciou na sexta-feira, 25 de outubro, a inclusão de Angola naquela que é conhecida como a lista cinzenta de países mais escrutinados, o que poderá provocar dificuldades no movimento de capitais.

A inclusão de Angola nesta lista representa um sinal de alerta para bancos e instituições financeiras globais sobre o aumento dos riscos de operações financeiras com o país, podendo afetar o seu acesso a investimentos e financiamento internacional, refere a Forbes África Lusófona.

A presidente do GAFI, Elisa de Anda Madrazo, fez o anúncio no final de uma reunião plenária, em Washington, nos Estados Unidos da América (EUA), em que participaram mais de 200 membros da Rede Global do Grupo e várias organizações observadoras de relevo, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), as Nações Unidas, o Banco Mundial e a Interpol.

“A inclusão de Angola na lista cinzenta do GAFI é preocupante, mas o sistema financeiro já operava sob esses constrangimentos devido à perda de correspondência bancária”, disse o representante residente FMI em Angola, Victor Duarte Lledo, à margem da reunião, citado pela agência Lusa.

“Os vários estudos empíricos que fizemos em vários países que passaram por isso mostram que o efeito de curto prazo é poder tornar as transações transfronteiriças um pouco mais demoradas devido à ‘due dilligence’, podendo haver uma redução do fluxo de capitais”, disse Victor Lledo.

“Os bancos têm feito um progresso muito grande para reconquistar a correspondência bancária”, afirmou, acrescentando que com “o elusmpenho ao mais alto nível, coordenação e capacitação, o Fundo apoiou e continua disponível para ajudar Angola a sair da lista cinzenta o mais rápido possível”.

Reagindo à decisão, o Ministério das Finanças angolano afirmou que “após a discussão do Relatório de Progresso pós-período de Observação, o órgão de especialidade do GAFI para África concluiu que, das 87 ações recomendadas, Angola conseguiu resolver um total de 70 deficiências, permanecendo 17 por resolver”.

No comunicado, o Governo angolano reiterou o “compromisso de alto nível” para reforçar a eficácia da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento de terrorismo e proliferação de armas de destruição maciça e garantiu que “envidará os esforços necessários para o cumprimento atempado e efetivo do plano de ação recomendado”.

Além de Angola, a reunião plenária também abordou as medidas de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento ao terrorismo na Argentina e em Omã, bem como os progressos realizados por outras jurisdições que já foram identificadas pelo GAFI como apresentando riscos para o sistema financeiro global.

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