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Angola quer “ser parte da construção de uma nova arquitetura financeira”

Lourenço falou do esforço que está a ser feito no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional, que visa a diversificação da economia e a redução da dívida pública.
José Sena Goulão / EPA
25 Setembro 2024, 08h12

O Presidente angolano disse, na Assembleia Geral da ONU, que Angola quer “ser parte da construção de uma nova arquitetura financeira internacional”, salientando a importância do combate à corrupção e da recuperação de ativos.

Discursando terça-feira à noite (hora de Lisboa) nos debates gerais da 79.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, João Lourenço afirmou que só “uma colaboração mais estreita entre os Estados” permitirá “um combate efetivo ao fluxo ilícito de capitais e à recuperação dos ativos, que é muitas vezes incompreensivelmente dificultada pelos países que detêm os fundos sob seu controle”.

“É importante fazer notar que os recursos que advêm da recuperação de ativos têm um efeito direto sobre a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, por conseguinte, sobre a melhoria das condições gerais de vida das populações”, declarou.

O Presidente angolano deu o exemplo do seu próprio país, lembrando que a justiça angolana julgou e condenou cidadãos, recuperando bens para o Estado, necessários para a construção de escolas, hospitais e serviços de energia e água.

Lourenço falou do esforço que está a ser feito no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional, que visa a diversificação da economia, a redução da dívida pública, a mobilização de receitas internas, a otimização da despesa pública em áreas como saúde e educação e a execução de programas específicos de proteção social.

O chefe de Estado angolano lamentou que o mundo esteja a viver momentos de grande tensão que põem em causa os propósitos fundacionais das Nações Unidas, pedindo que se analisem as medidas a tomar para que o papel da ONU seja mais efetivo no reforço da paz e na garantia da prosperidade das populações.

Essas mudanças, reafirmou, passam pela reforma da ONU, com especial ênfase na adequação do Conselho de Segurança e das estruturas financeiras internacionais à realidade do mundo contemporâneo, nomeadamente dando voz ao Sul global.

Lourenço apontou o papel que Angola tem vindo a desempenhar na resolução de conflitos em África, manifestando a sua preocupação, em particular, com a situação no Sudão, onde se desenrola uma guerra violenta com consequências dramáticas “perante uma certa apatia da comunidade internacional”.

O debate de alto nível da UNGA79 arrancou terça-feira, em Nova Iorque, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, e irá prolongar-se até ao próximo dia 30.

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