Angola usou 200 milhões de dólares para responder à chamada de margem (margin call) do empréstimo do JPMorgan, noticiou esta sexta-feira a Bloomberg.
“Os 200 milhões de dólares foram utilizados para responder a uma chamada de margem no empréstimo do JPMorgan”, uma vez que a turbulência do mercado atingiu os títulos, disse o Ministério das Finanças angolano citado pela Bloomberg.
Angola tinha utilizado 200 milhões de dólares como garantia adicional para um empréstimo de mil milhões de dólares do JPMorgan Chase & Co. depois de os seus títulos em dólares terem caído juntamente com os preços do petróleo bruto.
Esses mesmos 200 milhões de dólares foram agora utilizados para responder a uma margin call no empréstimo do JPMorgan Chase & Co. devido à turbulência do mercado que afetava os títulos.
O país do sul de África emitiu em Dezembro e Janeiro cerca de 2 mil milhões de dólares em obrigações como garantia de um empréstimo de mil milhões de dólares do JPMorgan.
“O cenário atual afetou os mercados de commodities e eurobonds nos mercados emergentes, incluindo o nível de negociação de eurobonds angolanos, tendo desencadeado uma chamada de margem”, referiu num comunicado o Governo.
“Angola cumpriu a sua obrigação em tempo útil e em dinheiro”, acrescentou no comunicado.
Margin call é uma medida de proteção que ajuda os investidores a gerirem o seu risco e a evitarem perdas adicionais. Mas também ajuda a instituição contra perdas pronunciadas, neste caso o JP Morgan.
Por definição é quando o corretor pede ao cliente que transfira capital para restabelecer os rácios combinados ou, se não puder, que venda os títulos.
Os títulos em dólares angolanos foram fortemente atingidos depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado tarifas abrangentes na semana passada e ter suspendido algumas delas apenas algumas horas após terem entrado em vigor. A medida abalou os mercados e levou a uma queda dos preços do petróleo.
O Fundo Monetário Internacional estima que Angola enfrenta uma perda de receitas de 152 milhões de dólares por cada 1 dólar que o preço do petróleo desça abaixo da média de 70 dólares por barril estimada pelas autoridades para 2025. O petróleo Brent estava a ser negociado a 64,13 dólares ontem.
Embora a situação actual seja desafiante e exija cautela, a trajectória da dívida de Angola continua “sólida e num caminho de estabilidade”, afirmou o ministério angolano.
Angola está à espera que as condições de mercado melhorem antes de emitir o seu primeiro eurobond em três anos, disse Dorivaldo Teixeira, chefe da unidade de gestão da dívida do país, numa entrevista a 1 de Abril, citado pela Bloomberg.
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