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Antigo gestor da General Electric em Angola culpado de fraude e roubo de identidade nos EUA

Wilson da Costa foi condenado pelo júri do tribunal federal de Manhattan por uma acusação de fraude eletrónica e duas acusações de roubo agravado de identidade pelo seu papel num esquema de utilização de documentos falsos em papel timbrado do Governo Angolano para enganar uma subdivisão da GE Company e o Governo Angolano.
20 Novembro 2024, 14h00

Wilson da Costa, antigo executivo da General Electric (GE) em Angola foi considerado culpado de fraude eletrónica e de duas acusações de roubo de identidade nos Estados Unidos por um júri composto por 12 pessoas, esta semana.

Wilson Daniel Freitas da Costa foi condenado pelo júri do tribunal federal de Manhattan por uma acusação de fraude eletrónica e duas acusações de roubo agravado de identidade pelo seu papel num esquema de utilização de documentos falsos em papel timbrado do Governo Angolano para enganar uma subdivisão da GE Company e o Governo Angolano.

O julgamento, que começou em 6 de novembro, culminará a 26 de fevereiro de 2025, data em que será lida a sentença.

Damian Williams, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova Iorque, anunciou a condenação, dizendo que “tal como um júri por unanimidade concluiu, Wilson da Costa utilizou descaradamente documentos falsos para enganar uma subdivisão da GE Company e o Governo angolano, causando perdas de centenas de milhões de dólares. O esquema obrigou ainda o Governo angolano a adquirir equipamento dispendioso que não tinha acordado comprar – tudo para que Wilson da Costa pudesse receber milhões de dólares para si próprio em kickbacks. Graças ao trabalho árduo dos procuradores de carreira deste Gabinete e dos nossos parceiros responsáveis ​​pela aplicação da lei no HSI (Homeland Security Investigations, Wilson da Costa foi agora responsabilizado pela sua conduta fraudulenta”.

Wilson da Costa tem 51 anos, cidadão norte-americano naturalizado, foi condenado por um júri por uma acusação de fraude eletrónica, que implica uma pena máxima de 20 anos de prisão, e por duas acusações de roubo de identidade agravado, cada uma das quais implica uma pena mínima obrigatória de dois anos de prisão, a aplicar consecutivamente a quaisquer outras penas de prisão impostas.

Wilson da Costa era acusado de ter utilizado documentos falsos para persuadir o Governo de Angola a rescindir contratos com outra empresa relativos a um projeto de energia e água no valor de 1,1 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões euros), bem como de usurpação de identidade.

Esse dinheiro destinava-se a financiar a compra e instalação de 12 turbinas a gás feitas pela GE, segundo os procuradores, segundo o processo a que a Lusa teve acesso.

A agência refere também que as acusações criminais surgem na sequência de um longo litígio entre a General Electric e uma empresa de infraestruturas detida por empresários portugueses, a AEnergy SA, que levantou alegações de conduta imprudente e de encobrimento contra a empresa norte-americana.

 

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