O medicamento antiviral Remdesivir foi desaconselhado para o tratamento de doentes infetados com Covid-19 nas unidades de cuidados intensivos, alertou um dos responsável da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva, que representa médicos de cuidados intensivos, revela a “Reuters” esta sexta-feira, 13 de novembro.
Também conhecido como Veklury, o antiviral desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Gilead é um dos poucos que foi autorizado para o tratamento de doentes que contraíram Covid-19. No entanto, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que este medicamente teve pouco impacto na infeção, contrariando estudos conduzidos por outras instituições.
“O Remdesivir é agora classificado como um medicamento que não deve utilizado de forma rotineira em pacientes infetados com Covid-19”, disse Jozef Kesecioglu, presidente da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva, tendo como base o estudo divulgado pela OMS.
Uma primeira investigação, divulgada ainda em março, tinha concluído que não existia informação suficiente para a recomendação do uso do antiviral em doentes que se encontravam em estado crítico. No entanto, os Estados Unidos realizaram diversas encomendas deste medicamento produzido pela Gilead, com a certeza que este curava os doentes da infeção, tanto que os médicos que trataram Donald Trump garantem que o Remdesivir estava entre os medicamentos utilizados para a cura.
Em resposta à OMS, a Gilead sustentou que está “confiante que os médicos na linha da frente reconheçam o benefício clínico do Veklury, com base em provas robustas de vários estudos aleatórios e controlados”.
De facto, a recomendação da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva pode fazer com que os médicos recusem a utilização do Remdesivir nos seus doentes. Atualmente, o antiviral está aprovado e o seu uso autorizado em mais de 50 países.
Ainda antes dos resultados do relatório da OMS, o Remdesivir foi um dos medicamentos encomendados pela União Europeia. O bloco dos 27 encomendou 500 mil doses do antiviral, num acordo de mil milhões de euros, sendo que cada dose ficou a 2.070 euros.
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