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António Costa afirma no Algarve prioridade no combate às alterações climáticas

No sul do país, o primeiro-ministro reconheceu que a serra algarvia “está também na linha da frente daquilo que são as consequências das alterações climáticas”, adiantando que é necessário “proteger o Caldeirão e a biodiversidade”.
25 Agosto 2019, 15h18

Venham conhecer o “outro Algarve”! O primeiro-ministro fez este apelo ao falar aos jornalistas no miradouro da serra do Caldeirão, no concelho de Loulé (distrito de Faro), onde a sua comitiva parou no âmbito de uma visita à N2, que se iniciou em Faro, passou por São Brás de Alportel e vai seguir durante os próximos dias noutras zonas do país para dar a conhecer e valorizar o interior.

“O primeiro objetivo é voltarmos a ver um país que tem ficado escondido pelas autoestradas e ver o seu enorme potencial, a partir dos recursos naturais que tem – começámos por ver as termas em Chaves –, aquilo que são as suas produções naturais, culturais e as suas riquezas paisagísticas”, afirmou António Costa.

O troço entre São Brás de Alportel e Almodôvar, referiu, “é o único que está classificado” e representa “uma grande riqueza deste outro Algarve que também existe” no interior.

“O Algarve é bastante mais do que mar, sol e praia e há este outro Algarve que é preciso proteger. E a serra do Caldeirão é de uma enorme riqueza do ponto de vista ambiental e da sua biodiversidade”, exemplificou. Disse depois que a serra algarvia “está também na linha da frente daquilo que são as consequências das alterações climáticas” e que é necessário “proteger o Caldeirão e a biodiversidade”, mas tendo o “objetivo de combate às alterações climáticas como prioritário”.

“Portugal foi o primeiro país no mundo a assumir 2050 com meta para a neutralidade carbónica. Fomos também o primeiro país a aprovar o nosso roteiro para a neutralidade carbónica, definindo nas diferentes áreas – desde a produção de energia à economia circular – quais são as metas que tem de cumprir para assegurar esta neutralidade, porque não basta ter este objetivo. Temos esta ambição, é depois necessário programar e agir”, acrescentou.

O secretário-geral socialista apontou também a água como um “recurso fundamental” que “começa a escassear bastante na serra do Caldeirão”. A sua falta deixa o Algarve como “uma zona de grande pressão”.

“Do ponto de vista do abastecimento humano está assegurado, mas é uma enorme exigência melhorar a sua eficiência para o uso para a agricultura. A agricultura é a grande fonte do consumo de água, 74% da água consumida é água consumida na agricultura, e melhorar a eficiência é absolutamente chave”, sustentou.

A falta de água, sublinhou, pode deixar a “paisagem alterada” e afeta uma “grande riqueza desta serra, que são os sobreiros”, árvores que “estão já a sofrer consequência da falta de água”, juntamente com o a apicultura, que sofreu uma “descida significativa da produção devido à seca”.

“É por isso que no final deste ano teremos aprovados planos de seca em cada uma das bacias hidrográficas, para podermos definir em cada uma o que é necessário fazer para podermos aproveitar melhor esse recurso fundamental que é a água, como condição de vida e de preservação destes habitats”, argumentou.

O roteiro pela EN2 teve início na terça-feira me Chaves.

Questionado pelos jornalistas sobre a entrevista que deu ao semanário o Expresso, publicada no sábado, e o desagrado que esta provocou no BE – partido com que o PS manteve um acordo na legislatura que agora termina para suportar o Governo -, António Costa respondeu apenas que a entrevista tinha que ser lida na totalidade e não parcialmente, para não ser mal entendida.

O socialista insistiu em que o interior é uma “fonte de inspiração” e sublinhou que as autarquias da N2 se juntaram numa associação intermunicipal para “valorizar este património”, apesar de serem de partidos diferentes, como o país vai ter de fazer em outubro, após as eleições legislativas.

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