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António Costa: “O mundo precisa do compromisso europeu”

António Costa, à frente do Conselho Europeu desde dezembro de 2024, olha para o “alargamento” da comunidade como “a maior realização geoestratégica da União Europeia, juntamente com a paz”. 
Portuguese Prime Minister Antonio Costa speaks to the press as he attends a European Union leaders summit in Brussels, Belgium March 21, 2024. REUTERS/Johanna Geron/File Photo
25 Março 2025, 19h32

O presidente do Conselho Europeu enalteceu, no dia em que se completam 68 anos da assinatura do Tratado de Roma, o “sentimento coletivo de europeísmo” que permitiu à Europa enfrentar e superar as situações de crise pelas quais passou nas últimas décadas.

Para António Costa, eleito para a instituição europeia em dezembro de 2024, o “alargamento” da comunidade “tornou-se a maior realização geoestratégica da União Europeia, juntamente com a paz”.

As declarações foram proferidas na manhã desta terça-feira, no European Policy Centre, em Bruxelas, numa cerimónia dedicada à celebração da assinatura dos tratados que fundaram a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (CEEA ou EURATOM).

“[…] Sempre que enfrentámos crises e desgraças, saímos delas mais fortes e mais unidos. Como em 2007-2008, quando a crise financeira mundial colocou as nossas economias à beira do abismo e pôs em evidência a dívida soberana. Lembro-me perfeitamente dos debates da altura. E de como foram dramaticamente fraturantes entre os Estados-membros. Lembro-me das manchetes que afirmavam que o euro estava condenado. Mas, em conjunto, conseguimos ultrapassar esse momento”, afirmou o antigo primeiro-ministro português.

Segundo António Costa, “o mundo precisa do compromisso europeu e a Europa precisa de aproximar os seus parceiros”. “Precisamos também de encontrar soluções que possam ser adaptadas aos desafios globais mais urgentes. Como a combinação da dívida mundial com a inação climática”, alertou, acrescentando que o bloco tem de “continuar a construir a união monetária, tornando a moeda mais forte”. “O euro não desapareceu. É a segunda moeda mais forte do mundo”, sublinhou.

“Temos de olhar para o nosso mundo multipolar como um mar de oportunidades em vez de uma competição imparável entre nações e continentes. Não olhemos para o nosso futuro de acordo com uma lógica de confronto entre blocos”, acrescentou.

Recordando o rol de desafios que puseram a unidade do bloco comunitário à prova, desde a pandemia de Covid-19 à guerra na Ucrânia, o Presidente do Conselho Europeu insistiu que a UE é um “parceiro coerente, fiável e previsível que apoia e promove firmemente uma ordem multilateral baseada em regras”.

“Continuamos empenhados em todos os nossos compromissos internacionais, para promover o comércio justo, a reforma das instituições financeiras mundiais, a assistência humanitária e a proteção dos oceanos. E a combater as alterações climáticas, a dívida mundial e a desigualdade”, garantiu.

Os tratados fundadores da Comunidade Económica Europeia (CEE) e da Comunidade Europeia da Energia Atómica foram assinados no dia 25 de março de 1957, no Palazzo dei Conservatori, no Capitólio, em Roma. O acordo foi assinado por Christian Pineau (França), Joseph Luns (Países Baixos), Paul Henri Spaak (Bélgica), Joseph Bech (Luxemburgo), Antonio Segni (Itália)  e Konrad Adenauer (República Federal da Alemanha).

“O que a nossa União tem de maravilhoso é o facto de nunca estar terminada, nunca estar concluída. Continua a ser a melhor forma de proteger, de prosperar e de promover os nossos interesses no mundo. A melhor forma de acomodar as nossas diferenças e de construir o consenso necessário”, finalizou António Costa.

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