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António Costa recebe lesados do ex-BANIF

O primeiro-ministro António Costa recebe esta tarde na Quinta Vigia, sede da presidência do governo regional da Madeira, representantes dos lesados do ex-BANIF.
28 Março 2017, 14h43

Segundo uma fonte do grupo contactada pelo Económico Madeira, a ideia dos lesados, que hoje se manifestaram no Funchal, é a de “não deixar que o tema seja esquecido”.
A mesma fonte negou que os lesados do ex-BANIF tenham prevista qualquer acção de protesto visando Marcelo Rebelo de Sousa que hoje chega ao Funchal.
“Não vamos desistir. E mais, se há solução para os lesados do ex-BES, também para os lesados do ex-Banif terá de haver porque tudo se aplica aos dois casos. E ainda com mais razão porque era o Estado quem possuia a maioria do banco (e-BANIF)”, disse ao EM a mesma fonte.

Num documento distribuído antes da manifestação realizada hoje no Funchal por ocasião da visita do primeiro-ministro António Costa, os lesados do ex-BANIF recordam aquela instituição “era um banco cuja maior participação era do Estado. As pessoas mantiveram as suas poupanças pensando que o Estado, enquanto pessoa de bem, nunca iria ferir décadas de trabalho das pessoas”.
Sobre o perfil dos lesados do ex-BANIF a nota de imprensa acrescenta: “São pessoas cuja média de idade está situada nos 65 anos. Aforradores de toda uma vida. Pessoas que conquistaram a sua autonomia financeira fora de Portugal e que todos os anos traziam as suas poupanças para Portugal. Agora, sem receberem reforma nem pensões… nem as suas poupanças têm”.
Os lesados do ex-BANIF consideram que “no momento da resolução, não foram transmitidas as obrigações subordinadas ao Santander Totta. Também em momento nenhum foram respeitados os pequenos accionistas e obrigacionistas da Rentipar e estamos a falar de milhares de famílias que ficaram sem nada de um dia para o outro”.
Interrogando-se sobre o que que falhou neste processo, a nota de imprensa reafirma: “A supervisão. A maneira de como foram “impingidos” aqueles produtos a pessoas em geral não qualificadas e com literacia financeira bastante baixa. As pessoas apenas queriam produtos 100% garantidos. E isso foi garantido e nunca explicado o risco”.
A associação dos lesados do ex-BANIF, ALBOA, revela ter tido “acesso a e-mails internos do antigo banco que revelam que os gestores eram pressionados pelos diretores para vender aqueles produtos fosse como fosse. Inclusive, ofereciam aos gestores regalias várias, comissões, dias extras de férias, etc. Não olhavam a meios para que as pessoas incautas colocassem todas as suas poupanças naqueles produtos que queriam então vender”.

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