O “Financial Times” avança esta segunda-feira que o chairman do Credit Suisse, o português António Horta-Osório, assumiu funções mais executivas no banco suíço, o que está a levar a algumas fontes do jornal britânico, de dentro do banco, a ver como uma tomada de poder que dilui a autoridade do presidente-executivo, Thomas Gottstein. No entanto, fonte próxima de António Horta Osório reforçou ao Jornal Económico (JE) que o ex-CEO do Lloyds Banking Group não tem qualquer interesse em ser CEO do Crédit Suisse. O banqueiro português afasta qualquer intenção de voltar a ser CEO de um banco, segundo a mesma fonte.
O banqueiro português, que assumiu a presidência não executiva do banco suíço em abril, imediatamente após uma crise dupla envolvendo o family office Archegos Capital e a empresa financeira Greensill Capital, tem, na qualidade de chairman, liderado o TCC (tactical crisis committee) que já existia antes da chegada de Horta Osório e que tem por missão resolver o caso Archegos (terminado) e o caso do Greensill (que ainda está a correr) e ainda rever os riscos e a estratégia do banco (uma missão que deverá está concluída até ao fim do ano).
Depois dos dois enormes escândalos com perdas para o banco, o Credit Suisse tem obviamente que ser recuperado urgentemente e isso exige decisões rápidas e decisivas, o que leva Horta-Osório a liderar essa tarefa através da liderança daquele comité.
O TCC foi estabelecido sob acordo do Conselho de Administração com o regulador suíço, Finma, como parte da resposta aos escândalos de Archegos e Greensill. Esse comité é por definição temporário. Reunia-se ao principio uma vez por semana, mas agora, com Horta-Osório, passou a reunir-se cada 15 dias e será descontinuado no próximo ano.
O FT diz que Horta-Osório está a tentar orientar e treinar o CEO do banco. “A relação de António Horta Osório com o CEO é boa e tem a sua confiança”, diz fonte ao JE, que confirma que o banqueiro português está a fazer coaching e mentoring ao CEO, o que faz parte da função do chairman.
O TCC, como é conhecido internamente, tem, para além de Horta-Osório, Richard Meddings, presidente dos comités de auditoria e risco do conselho, e Christian Gellerstad, presidente do comité de conduta e controle de crimes financeiros do Conselho, revela o FT.
O TCC investigou as falências que levaram a um prejuízo comercial de 5,5 mil milhões de dólares para o banco, o maior em 165 anos de história.
O TCC está a supervisionar uma investigação semelhante sobre o relacionamento do Crédit Suisse com o Greensill Capital, que levou à liquidação dos fundos de investimento em parceria no valor de 10 mil milhões de dólares.
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