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António Mexia: Um elétrico que o juiz desligou da corrente

Catorze anos à frente da EDP podem ter chegado ao fim para o gestor emblemático que liderou a expansão da energética, mas é apontado pelo Ministério Público como suspeito de ter corrompido o ex-ministro Manuel Pinho e de lesar o Estado. Suspenso de funções durante oito meses por ordem judicial, o também ex-CEO da Galp Energia, ex-administrador do BESI e ex-ministro de Santana Lopes arrisca terminar a carreira de forma inglória ainda que não seja condenado.
12 Julho 2020, 15h00

Se António Mexia for supersticioso é possível que repare que a 13.ª de entre as 13 referências ao seu nome no site do “Financial Times” diz respeito à suspensão da presidência da comissão executiva da EDP – Energias de Portugal, resultante do despacho assinado na segunda-feira pelo juiz Carlos Alexandre, que assim reagiu às provas indiciárias apresentadas pelo Ministério Publico no âmbito do processo em que Mexia e Manso Neto, presidente da EDP Renováveis, poderão responder em coautoria por um crime de participação económica em negócio e quatro crimes de corrupção ativa de, entre outras pessoas, o ex-ministro da Economia Manuel Pinho.

Mas outros números se impõem ao gestor que foi nomeado CEO da EDP em março de 2006 e se manteve à frente da holding energética após a China Three Gorges adquirir uma posição de 21,35% à Parpública em 2011, no âmbito do programa de privatizações negociado com a troika pelo Executivo de Pedro Passos Coelho. Nomeadamente um número assaz redondo e rico de casas decimais: o milhão de euros que Mexia (tal como Manso Neto) ficou de depositar de caução, montante inimaginável para a esmagadora maioria dos compatriotas, mas que é só uma das pesadas medidas de coação que o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal considerou adequadas.

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