O CEO do Novo Banco esteve ontem numa conference call com os colaboradores em Espanha para anunciar a nova diretora geral, que vai de Portugal para Madrid para preparar o desinvestimento na sucursal espanhola, ex-BES Espanha, apurou o Jornal Económico junto de fonte ligada ao processo.
Das informações prestadas por António Ramalho aos colaboradores do Novo Banco Espanha surgiu a notícia em Espanha que a Lone Star estuda a venda de sua filial espanhola nos próximos meses.
Num artigo intitulado “Lone Star dá um sinal de ‘venda’ nos negócios do Novo Banco na Espanha”, o site El Confidencial noticia que a maior acionista do Novo Banco comunicou à equipa de gestão da sucursal espanhola (ex-BES Espanha) que vai avançar com a venda para compensar as novas ajudas públicas que receberam em Portugal.
O Jornal Económico sabe que o presidente executivo do Novo Banco comunicou que o banco vai desencadear a venda de ativos em Espanha. Isto porque tratando-se de uma sucursal e não de uma filial, esse poderá ser o modelo a seguir. Mas está tudo em aberto, podendo ser decidida a venda da sucursal em bloco ou a venda de ativos e passivos, que foi, por exemplo, o modelo a seguir pelo Bankinter quando comprou em Portugal a sucursal do Barclays.
O Novo Banco em Espanha tem uma divisão de clientes institucionais (municípios, etc); tem a área de private banking (que no antigo BES era liderada por José Manuel Espírito Santo), tem uma área de corporate e tem gestão de ativos.
O Jornal Económico sabe ainda que a área de corporate, na medida em que dá suporte a empresas portuguesas em Espanha e vice-versa deverá manter-se. O Novo Banco quer manter uma sucursal em Madrid para continuar a apoiar as empresas, apurou o JE.
Fonte oficial do Novo Banco confirmou o contacto com a sucursal espanhola, bem como um comunicado enviado à comissão de trabalhadores.
A venda da sucursal em Espanha está prevista no plano de negócios do Novo Banco e é um dos objectivos de desinvestimento da instituição. Mas não faz parte de nenhum compromisso assumido com o Fundo de Resolução, para compensar a injeção dos 1.037 milhões de euros este ano ao abrigo do mecanismo de capital contingente que cobriu as perdas com determinados ativos, registadas em 2019.
No entanto, se o Novo Banco vender ativos reduz os ativos ponderados pelo risco inerentes ao rácio de capital, e por essa via melhora os rácios, ajudando indiretamente o Fundo de Resolução, na medida em que diminui as necessidades de injeções futuras.
Hoje a publicação espanhola, citando fontes financeiras, anunciou que a Lone Star iria vender a sucursal para compensar a ajuda estatal. O fundo norte-americano decidiu sondar a venda da sua filial espanhola após o último auxílio público recebido pela controladora em Portugal. O El Confidencial diz ainda que a decisão foi comunicada pelo presidente do grupo português, António Ramalho, aos funcionários da subsidiária nos últimos dias. Segundo as fontes consultadas, a entidade já entrou em contato com bancos de investimento para direcionar o processo, que, se não houver obstáculos, receberá o tiro de partida no curto prazo.
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