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António Ramalho: “Turismo é imprescindível para ter um país equilibrado”

Presidente do Novo Banco defendeu, em conferência promovida no Funchal, que o turismo é o “único setor absolutamente imprescindível para o sucesso do realinhamento da sociedade portuguesa”. E a Madeira tem papel de destaque a desempenhar.
5 Novembro 2017, 17h30

A gestão do Novo Banco quer reforçar a proximidade às empresas nacionais e beneficiar da prestação de serviços diferenciados. António Ramalho, CEO da instituição bancária, considerou, numa conferência promovida no Funchal, em parceria com o Jornal Económico, que o facto de o banco ser o único em Portugal com 2/3 do seu ativo aplicado em empresas impõe uma maior responsabilidade de se ajustar às necessidades e à realidade do tecido empresarial português.

Também Vitor Fernandes, administrador do Novo Banco, considera que o início da “vida nova” da entidade bancária – ultrapassada “a dúvida sobre o futuro no que respeita à solvência e à fortaleza económico financeira” – vem reforçar a sua vocação de banco de empresas focado no crescimento e apostado em continuar a criar valor acrescentado.

“Existem cinco bancos com alguma dimensão em Portugal. O único que tem a maioria do seu crédito concedido a empresas é o Novo Banco. É muito difícil ter esta quota de mercado sem ter um serviço diferenciado”, vincou, no decorrer da conferência ‘Turismo: Potencialidades, Estratégias e Desafios para um Destino Insular de Excelência’, uma iniciativa do Novo Banco que reuniu, no final de Outubro, na Madeira, diversas personalidades do setor.

O Novo Banco prepara-se para aplicar o conceito 360º, proporcionando serviços, um espaço de atendimento com canais diferenciados para as empresas. No atual cenário, em que o Turismo se assume como um setor vital para a economia portuguesa, a entidade bancária assume a relevância deste mercado, cuja sazonalidade atribui à banca um papel importante no equilíbrio dos fundos de tesouraria.

António Ramalho entende que o Turismo “é, de todos os setores, o único que é absolutamente imprescindível para o sucesso do realinhamento da sociedade portuguesa perante os seus maiores desafios”.

O CEO do Novo Banco acredita que o Turismo pode ser uma solução para a economia nacional.

“A sociedade portuguesa tem um desafio de dívida das empresas, do Estado, das Regiões, das autarquias… O problema da dívida obriga a ter capacidade de gerar meios para obter capacidades financeiras para a pagar. Isso pressuponha a capacidade de um País para ter uma anormal inovação e capacidade a trabalhar bens transaccionáveis”, explicou, no Funchal.

Para António Ramalho, “o turismo é a forma mais inteligente e mais imediata de assegurar que um bem menos transacionável, como é o território, passe a ser um bem absolutamente internacionalizável e transacionável”, se for posto a render perante os milhares de mercados disponíveis.

No leque das empresas que faturam entre 2,5 a 50 milhões de euros, 54% são clientes do Novo Banco, sendo que 47% são empresas de turismo, o que revela bem a importância do setor.

Tanto António Ramalho como Vitor Fernandes consideram, contudo, que a qualidade dos serviços prestados e a qualificação dos recursos humanos são imprescindíveis ao futuro do setor turístico.

O administrador Vítor Fernandes coloca como grande desafio do setor turístico português a aposta no valor acrescentado. Ou seja, a melhoria da qualificação e as condições dos recursos humanos, a proteção da natureza e a qualidade dos serviços prestados. “Não havendo qualidade, o destino distingue-se pelo preço”, alerta Vítor Fernandes.

No caso da Madeira, o administrador do Novo Banco não tem dúvidas de que a Região dispõe de todas as condições para se afirmar como destino diferenciador, devendo privilegiar a qualidade em detrimento da massificação.

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