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ANTRAM alerta Governo para a necessidade de avançar com requisição civil

Porta-voz da ANTRAM considera “é socialmente irresponsável” o teor das propostas dos sindicatos, para assegurar apenas 25% dos trabalhadores para os serviços mínimos na greve dos camionistas de matérias perigosas agendada a partir do próximo dia 12 de agosto
24 Julho 2019, 17h17

“O Governo tem de ponderar seriamente uma requisição civil preventiva”, defendeu André Matias de Almeida, porta-voz da ANTRAM – Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, em declarações ao Jornal Económico, após a ruptura negocial que se verificou hoje, dia 24 de julho, com dois sindicatos.

O SNMMP – Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas e o SIMM – Sindicato Independente de Motoristas romperam hoje as negociações com a  ANTRAM, que estavam a ser mediadas pelo Governo, mantendo a intenção de avançar com uma greve a partir do próximo dia 12 de agosto.

“O que se passou hoje na presença de diversos representantes do Governo foi muito grave. Os representantes desses dois sindicatos vieram dizer que os trabalhadores que representam não farão cargas e descargas e trabalhos suplementares durante os serviços mínimos que estavam a tentar ser definidos para o período dessa greve. E hoje houve uma ruptura porque nós, ANTRAM, considerámos que as propostas desses dois sindicatos, de justificar que para a próxima greve seriam suficientes 25% dos trabalhadores para os serviços mínimos, quando na última greve tivemos os problemas que tivemos com 40%, era socialmente irresponsável”, acusou André Matias de Almeida.

O porta-voz da ANTRAM adiantou ainda que o processo negocial se mantém com a Fectrans, sindicato do setor pertencente à CGTP, estando prevista mais uma reunião para hoje.

“A reunião de ontem [com a Fectrans] foi bastante proveitosa, foi bastante profícua. As partes evidenciaram diversas cedências e diria que existe uma grande possibilidade de chegarmos a um entendimento no que respeita a um ACT – Acordo Coletivo de Trabalho para o próximo ano. Segundo o memorando de entendimento já assinado, se chegarmos a esse acordo, isso pode representar um aumento salarial de cerca de 70 euros no salário base. No caso dos motoristas de matérias perigosas, isso quer dizer que haverá aumentos em todas as outras rubricas salariais, o que poderá significar um aumento de cerca de 250 euros para o trabalhador, mas que representará para as empresas empregadoras, com os impostos associados, mais de 300 euros”, revelou André Matias de Almeida.

Não existem dados precisos, mas os camionistas de matérias perigosas em Portugal deverão oscilar entre os 40 e os 50 mil.

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