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ANTRAM e GASNAM pedem que Governo concretize apoios à adopção de combustíveis mais sustentáveis nas frotas

As empresas de logística e transportes portuguesas queixam-se que se encontram numa situação de desvantagem concorrencial face às congéneres espanholas. Isto porque as portuguesas, até ao momento, não tiveram apoios relevantes do Estado Português para fazer face às necessidades de transição energética atual e às imposições previstas na regulamentação Europeia.
3 Março 2019, 17h25

A ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) e a GASNAM (Associação Ibérica De Gás Natural e Renovável para a Mobilidade) manifestaram, em comunicado conjunto, a necessidade de implementação de políticas públicas que incentivem a adopção de combustíveis mais sustentáveis nas frotas das empresas de transporte profissional, tendo em conta a proposta de Regulamento de Emissões de CO2 para Veículos Pesados.

Ambas as entidades consideram assim que a utilização do GNL (Gás Natural Liquefeito) nos veículos pesados é a única solução “económica e tecnologicamente viável para a substituição do Diesel de modo a que as empresas gestoras de frotas não venham a ser penalizadas num futuro próximo”.

Segundo o comunicado, a proposta de Regulamento de Emissões de CO2 para Veículos Pesados do Conselho Europeu, indica que a implantação de tecnologias actuais e futuras “mais inovadoras baseadas em GNL contribuirá para o cumprimento das metas de emissão de CO2 a curto e médio prazo, uma vez que o uso de tecnologias de GNL leva a menores emissões de CO2 em comparação com veículos a diesel”.

“Além disso, as actuais tecnologias de GNL garantem um baixo nível de emissões de poluentes atmosféricos, como NOx e partículas”, defendendo também a existência de uma infraestrutura adequada às necessidades actuais de abastecimento.

A proposta de Regulamento de Emissões de CO2 para Veículos Pesados do Conselho Europeu que identifica os objetivos que devem ser alcançados pelas frotas  de transporte: “o presente regulamento estabelece normas de desempenho em matéria de emissões de CO2 para veículos pesados novos, pelo que as emissões específicas de CO2 da frota de veículos pesados da
União serão reduzidas em comparação com as emissões de CO2 da seguinte forma: a) Para os períodos de referência do ano 2025 em diante, de 15%; b) Para os períodos de referência do ano 2030 e posteriores em 30%”, lê-se na nota.

As duas entidades invocam ainda o facto de as empresas portuguesas se encontrarem “em desvantagem concorrencial, nomeadamente em relação aos seus congéneres espanhóis, que dispõem de apoios significativos, não reembolsáveis, para a aquisição de veículos pesados de mercadorias a GNL”, dizem adiantando que “estes apoios têm vindo a ser sucessivamente implementados ao longo dos últimos anos pelo Governo Central e pelos Governos Autónomos, contribuindo para uma transição energética das frotas de pesados”.

“Efetivamente o sobrecusto das soluções a GNL ainda são mais onerosas (30% a 50%) do que as convencionais, pelo que a viabilidade económica dessa opção é sempre mais difícil de alcançar”, referem.

No POSEUR (Portugal 2020) estão previstas, fundamentalmente, duas medidas de apoio à mobilidade sustentável a Gás Natural: “Promoção da eficiência energética e da utilização das energias renováveis nas empresas” e “eficiência e diversificação energética nos transportes públicos coletivos e promoção da utilização de transportes ecológicos e da mobilidade sustentável”.

“A Resolução do Conselho de Ministros no 88/2017 reconhece que o GNL como combustível para veículos pesados de transporte de mercadorias de longo curso se apresenta como uma solução viável no curto e médio prazo, sendo considerado uma opção ambientalmente vantajosa”, dizem ao mesmo tempo que lamentam que “esta resolução estava prevista a regulamentação de um sistema de incentivos à aquisição de veículos a Gás Natural em 2018, o que não se verificou”. Por isso as empresas de logística e transportes portuguesas encontram-se, assim, numa situação de desvantagem concorrencial face às congéneres espanholas”. Isto porque as empresas portuguesas, até ao momento, não têm tido apoios relevantes do Estado Português para fazer face às necessidades de transição energética atual e às imposições previstas na regulamentação Europeia.

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