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Anúncio mistério desmente Sindicato de Motoristas de Matérias Perigosas

Um anúncio mistério, sem autores publicamente identificáveis, foi hoje, dia 8 de maio, publicado no ‘Correio da Manhã’, desmente, um a um, os argumentos apresentados pelo SNMMP – Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas na sua luta negocial com a Antram – Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias. Segundo esse anúncio, em […]
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7 Maio 2019, 19h56

Um anúncio mistério, sem autores publicamente identificáveis, foi hoje, dia 8 de maio, publicado no ‘Correio da Manhã’, desmente, um a um, os argumentos apresentados pelo SNMMP – Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas na sua luta negocial com a Antram – Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias.

Segundo esse anúncio, em que se diz que a mensagem é da exclusiva responsabilidade dos seus subscritores, sem se perceber a sua identidade, à pergunta “Os motoristas ganham os 630 euros que o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas refere?”, contrapõe-se: “A resposta é Não! A remuneração mínima mensal garantida é superior a 1.200 euros”.

O mesmo comunicado defende que um motorista nacional “ganha entre 1.200 euros e 1.500 euros e um motorista internacional ganha entre 1.750 euros e 2.200 euros”.

“Atualmente o custo médio anual de um motorista de nacional é de 25.600 euros e de internacional é de 30.300 euros. Se o salário base subir para 1.200 euros como pretendido pelo SNMMP, o custo salarial dos motoristas ascenderá a 50 mil euros e 67 mil euros, respetivamente”, aduz o referido comunicado.

O comunicado em causa acrescenta que “para além de um salário de 1.200 euros, o SNMMP reivindica formação específica suportada pelas empresas, seguro de vida, exames médicos, subsídio de risco e a individualização da categoria”.

“Da leitura do atual CCTV [Contrato Coletivo de Trabalho Vertical], verificamos já existir um seguro de vida específico para estes motoristas, um subsídio de risco de 7,5 euros/dia, ausência de custos para os trabalhadores com formações e certificações pessoais, o que parece confirmar a individualização das suas tarefas”, conclui o referido comunicado.

O documento em apreço sublinha ainda que “os motoristas não trabalham 18 horas por dia”, ripostando que “não podem conduzir mais do que 10h num dia e o repouso entre dias de trabalho é de 11h”.

“As infrações, no caso de transporte de matérias perigosas, são agravadas”, alerta o comunicado.

“Atualmente os motoristas descontam IRS e Segurança Social por um valor mínimo de 1.294,53 euros que conta para baixa médica e reforma”, acrescentam os autores deste comunicado.

Além de desmontar todas as reivindicações do SNMMP, o comunicado tem ainda palavras elogiosas para a associação das empresas de camionagem, ao notar que, “ao fim de 20 anos, a atual Direção da ANTRAM refere ter sido responsável pela revisão do Contrato Coletivo de Trabalho Vertical (CCTV) em vigor no setor do transporte rodoviário de mercadorias, desbloqueando uma situação que estava num verdadeiro impasse há mais de 20 anos”.

“Resta agora esperar que o bom senso impere nas difíceis negociações que se avizinham”, desejam os autores deste comunicado.

O comunicado foi publicado no ‘Correio da Manhã’ sem autoria assumida no próprio dia em que estava agendada uma reunião entre a direção da ANTRAM e o a direção do SNMMP para tentar evitar uma situação de rotura negocial, que poderá levar o país para um caos no abastecimento de combustíveis, como sucedeu há cerca de três semanas.

Até ao momento, não são conhecidos resultados dessa reunião entre a ANTRAM e o SNMMP.

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