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APED lamenta decisão unilateral sobre Grande Lisboa

Para a associação, o retalho alimentar “deveria estar fora desta medida, dado que deu provas desde o primeiro momento da segurança e capacidade de abastecer os portugueses”.
23 Junho 2020, 19h38

O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) lamentou esta terça-feira, à agência Lusa, que as restrições na área da Grande Lisboa tenham sido tomadas “unilateralmente” e insta o Governo a clarificar as regras sobre o retalho alimentar.

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) está sujeita, desde hoje, a medidas mais restritivas para conter os casos de covid-19 e quem desrespeitá-las pode incorrer em crime de desobediência, determinou o Governo, sendo que todos os estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços, bem como os que se encontrem em conjuntos comerciais, têm de encerrar às 20:00, à exceção dos estabelecimentos de restauração exclusivamente para efeitos de serviço de refeições.

“A APED lamenta que esta decisão tenha sido tomada unilateralmente sem o Governo consultar o setor da distribuição e retalho e sem haver um rápido esclarecimento sobre se os espaços de retalho alimentar, nomeadamente os super e hipermercados, estarão abrangidos na medida que define o encerramento dos estabelecimentos comerciais às 20:00 na zona da Grande Lisboa”, disse Gonçalo Lobo Xavier.

“Para a associação, a recente decisão governamental é omissa nesta matéria e defende, por isso, que para manter o bom funcionamento e serviços de abastecimento alimentar proporcionados pelo retalho alimentar era urgente que o Governo definisse claramente os critérios para estes espaços”, defendeu.

“A APED acredita que o retalho alimentar deveria estar fora desta medida, dado que deu provas desde o primeiro momento da segurança e capacidade de abastecer os portugueses, mas deixa o alerta: caso os espaços de retalho alimentar tenham de encerrar as 20:00 será contraproducente quer para a normalidade no abastecimento de produtos básicos à população, quer em termos de saúde pública”, considerou.

Segundo Gonçalo Lobo Xavier, “haverá maiores fluxos de clientes durante o dia e o período do final do dia, que normalmente serve os consumidores que, entretanto, já voltaram aos seus trabalhos e escritórios, estará mais congestionado, o que não estaria com a abertura até mais tarde”. “Esta situação é válida para o retalho alimentar e para o retalho especializado”, rematou Gonçalo Lobo Xavier.

No âmbito da pandemia da covid-19, as novas medidas de restrição foram anunciadas na segunda-feira, pelo primeiro-ministro, António Costa, após uma reunião com os autarcas de Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas e Loures, os cinco concelhos da AML onde estão localizados o maior número de novos casos de covid-19.

O núcleo do problema de novos contágios de covid-19 “centra-se em 15 freguesias do conjunto destes concelhos”, indicou António Costa, sem especificar quais são, mas adiantando que estas freguesias vão prolongar o estado de calamidade, no âmbito da reavaliação da situação epidemiológica em Portugal que vai acontecer na quinta-feira em Conselho de Ministros.

A AML é integrada pelos municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Os estabelecimentos de restauração e similares que prossigam a atividade de confeção destinada a consumo fora do estabelecimento ou entrega no domicílio, diretamente ou através de intermediário, “não podem fornecer bebidas alcoólicas no âmbito dessa atividade”, determinou o Governo.

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