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Apenas 18% das empresas portuguesas pagam aos seus fornecedores dentro dos prazos

Um estudo da Informa D&B indica que o montante agregado por pagar das empresas aos fornecedores atinge cerca de 68,2 mil milhões de euros.
3 Julho 2024, 14h55

Um estudo, realizado em maio, da Informa D&B sobre comportamentos de pagamento das empresas, indica que 18,1% das empresas pagam aos seus fornecedores dentro dos prazos acordados, dois terços pagam com atrasos até 30 dias e 5,5% pagam com atrasos superiores a 90 dias.

O estudo indica que o montante agregado por pagar aos fornecedores atinge cerca de 68,2 mil milhões de euros.

“O comportamento de pagamento das empresas em Portugal terá necessariamente de melhorar e tem, infelizmente, uma enorme margem para o fazer. O cumprimento dos prazos acordados com os fornecedores é um dos fatores considerados nas práticas ESG das empresas. Ora estas práticas terão um peso cada vez maior na avaliação das empresas, com consequências na sua reputação, no acesso a parcerias com outras empresas ou a financiamento e, portanto, na sua capacidade de crescimento”, disse a diretora geral da Informa D&B, Teresa Cardoso de Menezes.

O estudo refere que após o pico de 27,1 dias, no final de 2020, a média de dias de atraso caiu durante a pandemia, e atingiu o valor mais baixo de 21,9 dias no final de 2022, contudo, no final de maio deste ano, o valor subiu para os 23,1 dias.

A Informa D&B salientou que os atrasos nos pagamentos “são transversais” a todas as dimensões de empresas.

“Mas a percentagem de cumpridoras é maior entre as microempresas (21,6%), sendo cada vez menor à medida que aumenta a dimensão da empresa. Nas grandes empresas, apenas 3,7% cumpre os prazos acordados com os fornecedores. No entanto, é também nas microempresas que está a maior percentagem de empresas com grandes atrasos, assim como é maior o número médio de dias de atraso”, diz o estudo.

O estudo revela também que Portugal está entre os países onde menos empresas cumpre os prazos de pagamento.

“A Dinamarca (94,2%), a Polónia (82,7%) e a Nova Zelândia (81,4%) são os países com maior percentagem de empresas cumpridoras. Portugal, Egipto e Roménia são os países onde menos empresas cumprem os seus compromissos de pagamento com os fornecedores”, diz o estudo.

A Informa D&B sublinhou que o estudo indicou que, no final de 2023, “47,7% dos países europeus monitorizados pagavam dentro dos prazos, uma percentagem que era de 19,2% em Portugal”, sendo esta a “maior diferença dos últimos anos, uma diferença que chegou a ser de 14 pontos percentuais (p.p.) em 2009 e de 17 p.p. em 2015”.

O estudo diz também que a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma entidade registar um atraso de pagamentos superior a 90 dias a pelo menos um dos seus credores, coloca quase 9% de empresas com um risco médio-alto ou elevado, o equivalente a cerca de 41 mil empresas com “maior risco de atrasos significativos nos seus pagamentos aos fornecedores”.

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