[weglot_switcher]

Apetite dos investidores pela dívida portuguesa não deverá tirar férias

Esta quarta-feira, o IGCP realiza um leilão duplo de Bilhetes do Tesouro, num mês em que “há menos” liquidez nos mercados. Segundo o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, “apesar de estarmos em agosto” não irá ter qualquer efeito na ida de Portugal aos mercados.
21 Agosto 2019, 07h40

Agosto é tradicionalmente um mês com menos liquidez nos mercados, mas nem isso deverá diminuir o apetite dos investidores pela dívida portuguesa. O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública realiza esta quarta-feira um leilão duplo de Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses, com o objetivo de angariar até mil milhões de euros.

“O leilão deverá decorrer sem qualquer problema. Apesar de estarmos em agosto, um mês sempre com menos liquidez, isso não irá ter qualquer efeito no leilão de amanhã”, antecipa ao Jornal Económico o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva.

As duas linhas de BT que o Tesouro irá emitir têm maturidades em novembro deste ano e em julho de 2020, com um montante indicativo global entre 750 euros e mil milhões de euros.

Filipe Silva considera que “deveremos continuar a ver uma descida das taxas, que é o que tem acontecido em toda a dívida soberana portuguesa” e que “com uma procura que costuma ter nos outros leilões”.

No último leilão comparável, a 19 de junho, a instituição liderada por Cristina Casalinho emitiu um total de 1.250 milhões de euros em dívida a três e 11 meses, tendo pago taxas mais negativas face a leilões anteriores. Na maturidade a 11 meses, o IGCP emitiu mil milhões de euros, tendo pago uma taxa média ponderada de -0,395%. Já a três meses, o montante colocado foi de 250 milhões, com uma yield de -0,425%, perto do recorde mínimo de -0,426% estabelecido numa venda em outubro de 2018. Em termos de procura, nos BT a 11 meses superou a oferta em 3,10 vezes, enquanto na maturidade mais curta foi de 1,71.

Portugal tem-se financiado a taxas historicamente baixas no mercado primário e secundário. “É possível [que a tendência se mantenha ao longo do ano]. No cenário que temos tido e pelo que os bancos centrais têm vindo a anunciar, não é para já uma subida de taxas, o que poderia afetar nestes leilões”, acrescentou o analista.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.