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Apple tomba 4% após redução da produção do novo iPhone ‘low cost’

O Nikkei Asian Review noticiou esta segunda-feira que a Apple informou as empresas responsáveis pela montagem do iPhone XR que não tem planos de produção adicional devido a uma procura abaixo do esperado. Títulos já negoceiam em bolsa abaixo dos 200 dólares.
5 Novembro 2018, 15h22

A Apple estará desiludida com a procura pelo novo iPhone XR e informado as empresas responsáveis pela montagem – a Foxconn e a Pegatron – que não tem planos de produção adicional da linha low cost, segundo noticia o jornal Nikkei Asian Review. Os títulos da empresa estão a reagir em bolsa, com fortes desvalorizações na abertura de Wall Street.

As ações da empresa liderada por Tim Cook caem 4,01% para 199,40 dólares, enquanto a capitalização de mercado está reduzida a 972,02 mil milhões de dólares, após a notícia que cita fontes próximas das empresas asiáticas que estão a trabalhar com a Apple.

“Do lado da Foxconn, a empresa preparou cerca de 60 linhas de montagem para o modelo XR da Apple, mas recentemente está a usar apenas cerca de 45 linhas de produção, já que o seu principal cliente disse que não iria precisar de fabricá-las”, explicou uma fonte próxima ao Nikkei Asian Review.

Assim, a Foxconn estará a produzir cerca de 100 mil unidades a menos por dia face às novas perspetivas de procura pelo smartphone, que serão entre 20% e 25% mais baixas que a estimativa original.

Já a fabricante também de Taiwan, Pegatron, enfrenta uma situação semelhante, tendo suspendido os planos de aumentar a produção e estando a aguardar novas instruções da Apple, de acordo com uma segunda fonte do Nikkei. “A utilização para a produção de XR não está agora a atingir a capacidade máxima”, acrescentou a mesma fonte.

A nova versão low-cost da Apple foi apresentada em setembro. Vem em três versões (64 gigas, 128 gigas ou 256 gigas) e custa 749 dólares. Ficou disponível mais tarde que os modelos mais caros que a marca irá lançar, sendo que as pré-reservas começaram a 18 de outubro e as respetivas entregas começaram a ser entregues na semana seguinte, a 26 de outubro.

Um dos principais fatores a que o mercado presta atenção quando se trata da Apple é o preço médio de seus smartphones. Tim Cook e a administração parecem ter encontrado uma fórmula para contrabalançar o menor volume de vendas dos seus iPhones: o aumento do custo do gadget, no qual as receitas e os lucros da empresa são sustentados.

Na semana passada, a Apple anunciou que registou no quarto trimestre fiscal, que inclui os meses entre julho e setembro, um lucro líquido de 14.125 milhões de dólares em receitas de 62.900 milhões de dólares e encerrou o ano fiscal com uma receita recorde de 265.595 milhões de dólares e um resultado líquido de 59.531 milhões de dólares.

O mercado esperava que o grupo registasse receita de 61,570 milhões e lucros por ação de 2,78 dólares, mas a venda de cerca de 47,5 milhões de iPhones, 10,53 milhões de iPads e 4,87 milhões de computadores Mac atirou os números do grupo para a estratosfera.

O custo médio do iPhone atinge cerca de 770 dólares, mas esse valor deve aumentar à medida que a nova geração de telefones apresentada recentemente vai chegando aos consumidores.

No ano passado, a Apple começou a vender o iPhone X por 999 dólares, tornando este modelo o mais caro do grupo. Por seu turno, o iPhone 8 aumentou o custo em 50 para 699 dólares, quando comparado com o seu antecessor, o iPhone 7. Essa estratégia ajudou a empresa mais valiosa do mundo, de acordo com a capitalização bolsista, a impulsionar os resultados.

Em 2018, a nova linha de iPhones é mais diversa, com os preços dos modelos XS e XS Max a começarem com um preço base de 999 e 1.099 dólares, respetivamente. Os valores ficam abaixo do preço do iPhone XR, que é ainda assim cem dólares mais caro do que o iPhone lançado há apenas dois anos.

As ações da Apple acumulam desde o início do ano uma valorização superior a 15%. Depois de ter ultrapassado a capitalização bolsista de um bilião de dólares, os títulos do grupo da maçã sofreram, juntamente com o resto do setor tecnológico, com a volatilidade e das quedas das bolsas de valores registadas no mês passado.

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